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Mais de 2 milhões de franceses saem às ruas contra reforma da previdência
Foi o maior protesto já enfrentado pelo governo Sarkozy; sindicatos prometem continuar caso o governo não recue dos ataques
• A França parou nesse dia 7 de setembro. Cerca de 2,5 milhões de franceses saíram às ruas na jornada de protestos e greve geral contra a reforma que o governo Nicolas Sarkozy quer impor às aposentadorias. A paralisação afetou principalmente os serviços públicos, como transportes e educação.
Foi a maior das quatro greves gerais já realizadas neste ano contra o governo francês, e o maior protesto já enfrentado por Sarkozy. A jornada de lutas supera a última greve geral que reuniu 2 milhões nas ruas, no dia 24 de maio.
Ataques
O governo francês quer elevar a idade mínima para as aposentadorias, dos atuais 60 para 62 anos, e o tempo de contribuição para 41 anos. Para quem não tiver atingido o tempo mínimo de contribuição, a idade mínima seria de 67 anos. Os sindicatos argumentam que a medida, na prática, já estabeleceria a idade mínima para 67 anos, sobretudo aos mais jovens, já que é muito difícil permanecer num emprego formal tempo suficiente para atingir tantos anos de contribuição.
Apesar de afirmar que a medida é necessária devido ao aumento da expectativa de vida dos franceses, o que estaria pressionando o orçamento, a reforma faz parte dos pacotes de corte de custos aplicados por praticamente todos os países europeus como forma de enfrentar a enorme crise fiscal que assola o continente. Após os inúmeros benefícios aos bancos e empresas, os governos estão falidos e jogam a fatura da crise nas costas dos trabalhadores.
A situação é ainda mais dramática para as trabalhadoras francesas, que geralmente ocupam os cargos mais precários e sofrem com salários mais baixos que os homens. situação das mulheres é desfavorável: os seus salários são 20% menores e elas ocupam a maior parte dos empregos de tempo parcial”nunciou à imprensa Jean-Marie Harribey, da ONG Attac.
O governo Sarkozy, por outro lado, tem se mantido irredutível e se nega a dialogar com os sindicatos. O ministro do Trabalho, Eric Woerth, afirmou que a reforma era “indiscutível”. Os sindicatos, por outro lado, afirmaram que o movimento prosseguirá caso o governo não recue dos ataques.
Governo em crise
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