sábado, 29 de janeiro de 2011

Todo apoio aos povos árabes.


Pela vitória completa na Tunísia e Egito. 

O cenário é de corrupção, desvios de dinheiro público, preços altos, salários baixos, desemprego e a continuidade de pessoas no poder por quase três décadas. Não, não é o Brasil! Estas são características que estão fazendo a população dos países árabes, do norte da África e Oriente Médio saírem às ruas e exigirem mudanças.

São décadas vivendo uma falsa democracia, pois os resultados eleitorais são controlados, além disso, os governantes destes países têm apoio de nações européias e dos EUA. Países que defendem as liberdades democráticas, mas aceitam o autoritarismo contra estes povos como condição para a “estabilidade na região”.


Por pão, trabalho e liberdade!

A Revolução do Jasmim como é chamada a revolta, na Tunísia, que depôs o presidente, no poder a mais de 20 anos, inclusive com envolvimento de familiares em corrupção e roubo, inicia nesta região, conhecida como Magreb, levantes populares contra as condições de vida impostas por regimes ditatoriais amparados em potências ocidentais.

Na Tunísia a complacência da França com o governo foi o que permitiu sua permanência no poder por tanto tempo, inclusive após a independência da Tunísia, que era colônia francesa, este é o segundo presidente, e que chegou ao poder após golpe contra seu antecessor.

Agora é o governo egípcio que experimenta uma mobilização popular que exige a saída do presidente, no poder a trinta anos, e que já preparava as condições para seu filho lhe suceder. A diferença no Egito, em relação à Tunísia, é que o presidente ainda encontra apoio nas forças armadas, não se sabe bem até quando, além de ter por trás os EUA que colocam bilhões de dólares no país para ajudar no controle do mundo árabe.

Uma das condições para uma revolução é quando os de baixo não aceitam mais viver na miséria e quando os de cima não conseguem mais sustentar a exploração. O povo árabe está procurando saídas para seus problemas mais imediatos, mas ao que tudo indica vai depositar sua confiança só na substituição dos de cima.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um conselho: não participar do conselhão!

O sindicato como primeira trincheira

No cenário político que saiu das urnas, não se pode afirmar categoricamente quem é oposição e quem é governo, visto que, na teoria, os partidos avançaram sobre suas fronteiras ideológicas, fruto da crescente defesa de interesses comuns entre as siglas, que representam um setor da sociedade.

Os governos acomodam distintos grupos políticos buscando apoio e diminuindo as resistências na aprovação de projetos. O governo Tarso é exemplar, fez um caleidoscópio político que, em tese, lhe assegurará aprovação de seus projetos na assembléia.

E para diminuir ainda mais as possíveis tensões, está sendo criado um conselho, já chamado de “conselhão”, que em essência servirá para legitimar os projetos que encontrarão dificuldades para concretização, pois ao reunir “diversos setores” busca respaldo social para pressionar o legislativo.

O CPERS já votou que não participará deste engodo, quer dizer conselho, por um motivo muito simples: manter sua independência frente ao governo. O sindicato é o porta-voz de uma categoria e é organizado a partir das reivindicações desta. Organiza a luta por melhores condições de trabalho e salários e na defesa de direitos conquistados. E para que esta luta seja cada vez mais eficaz é preciso ter a definição correta da entidade e sua posição na trincheira, pois as conquistas só virão com muita pressão. Participar de um conselho com o governo diminui sua capacidade de mobilização e engessa suas críticas. Pois legitimaria decisões que depois não poderia combater, porque ajudou a construir.

Não se pode confundir diálogo e negociação com o governo com a participação em um fórum que deliberará posições de consenso. A discussão se estabelece na mediação para solucionar impasses, longe disso o governo é patrão, e o sindicato é a primeira trincheira na defesa dos trabalhadores nesta relação desigual do mundo do trabalho, portanto participar do conselhão seria legitimar e fortalecer ainda mais os interesses do governo.

O que o governo Tarso pretende é tentar alinhar os diversos atores sociais com sua plataforma de governo, quer governar sem muitos questionamentos, quer um mandato com partidos alinhados e setores dos movimentos sociais domesticados.

Neste sentido o fortalecimento do sindicato como trincheira é imprescindível para avançar na valorização profissional e na defesa de uma escola pública de qualidade.