sexta-feira, 13 de agosto de 2010

NÃO DEIXE QUE AS GRANDES REDES DE TV DECIDAM POR VOCÊ

Leia a carta de Zé Maria




Companheiros e companheiras,

As eleições em nosso país já sofrem uma enorme interferência do poder econômico. Candidatos que gastam centenas de milhões de reais numa campanha que massacra a consciência das pessoas para tentar ganhar as eleições geram, obviamente, uma situação de desigualdade na disputa.

Este quadro está tremendamente agravado nestas eleições. As grandes redes de televisão (Globo, Bandeirantes etc.) estão se dando o direito de mostrar à população, em seus noticiários e entrevistas, apenas três candidaturas, e não as nove que estão regularmente inscritas no TSE. O mesmo acontece com grandes jornais, como a Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo.

Nem nos debates que estão sendo promovidos na TV está sendo permitida a participação de todos os candidatos. Não se trata de um impedimento legal, como alguns meios de comunicação argumentam. A lei é clara: os candidatos de partidos com representação parlamentar têm presença garantida. Aos demais é FACULTADO o direito de participar. Ou seja, a lei permite. São as empresas privadas, que controlam os meios de comunicação, que decidem não apresentar as demais candidaturas e impedir sua participação nos debates.

Assim, gera-se um vício insanável para qualquer eleição que se pretenda democrática: Uma parte muito grande da população brasileira vai votar, em 3 de outubro, sem sequer saber quais candidatos estão concorrendo. O programa eleitoral gratuito do TSE também reproduz esta desigualdade, pois poucos candidatos têm muito tempo enquanto a maioria tem um tempo muito pequeno. Assim, quando o eleitor chega a tomar conhecimento destas candidaturas não têm como saber quais são suas propostas.

As redes de TV e os grandes jornais desrespeitam dois direitos fundamentais no processo eleitoral: o direito do eleitor de saber quais são os candidatos e o que propõe cada um deles; e o direito dos candidatos inscritos junto à Justiça eleitoral do país, de expor aos eleitores as suas propostas.

Só assim seria possível o eleitor votar com consciência, escolhendo dentre todos os candidatos aquele que lhe pareceu melhor. Fora isso, a eleição se transforma em manipulação.

É isso que vem sendo feito pelas redes de TV e pelos grandes jornais. Infelizmente, até agora, a Justiça eleitoral não tomou medidas para coibir esta prática.

Esta carta que envio a todos e a todas é para conclamar os trabalhadores, os jovens e todos os que defendem a democracia a protestar contra essa situação. Exijamos que os candidatos tenham chances iguais de defenderem suas ideias. Apenas o eleitor, e ninguém mais, pode decidir qual é bom e qual é ruim para o país, não os donos das empresas de mídia. As TVs, em particular, que apesar de serem empresas privadas funcionam sob concessão pública, têm a obrigação de assegurar informação isenta aos eleitores.

Independentemente de concordar ou não com a nossa candidatura, cobremos todos por democracia no processo eleitoral. Protestemos contra a manipulação da grande mídia. Defendamos o nosso direito democrático a uma informação correta e sem manipulação por parte dos meios de comunicação de massa.

Proteste, repassando esta carta a todos os seus contatos e pedindo que repassem, nas redes sociais (Twitter, Orkut, Facebook, listas etc.). Envie cópia para as empresas de comunicação como forma de cobrança para que todas as candidaturas tenham espaço para expor suas ideias e para que a população possa decidir com consciência e conhecimento em quem votará nas eleições de outubro. Envie cópia também para o TSE como forma de pedir providências da Justiça eleitoral.

Desde já, agradeço sua atenção.

Zé Maria

Metalúrgico e candidato à Presidência da República pelo PSTU

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