A partida de vôlei feminino de sábado foi espetacular, foi à partida da superação, as atletas brasileiras deram mostra de um imenso talento, a participação de todas foi fundamental para a vitória, mesmo daquelas que estavam no banco, mas tem duas que se destacaram uma delas a Fabiana, que chamou para si a responsabilidade, pedindo
para a levantadora que a bola fosse para ela, a outra foi a Sassá que entrou no decorrer do jogo, e foi decisiva para dar tranqüilidade para a equipe vencer.
Duas atletas negras, que tiveram oportunidades e estão demonstrando toda sua capacidade e talento. Quantas mais “Fabianas e Sassás” podiam estar também emprestando seus talentos para fortalecer o esporte no Brasil?
Estamos no mês da consciência negra, onde precisamos lembrar que desde o fim da escravidão os negros não tiveram ainda sua recompensa nem indenização, pelo que fizeram por este país nas condições que lhes foram impostas. Foram arrancados de sua terra, trazidos como animais em navios “tumbeiros” e tiveram uma árdua luta pela sua sobrevivência na condição de escravos. Foram trezentos anos de lutas pelo fim da escravidão que ainda não teve o devido reparo.
O país deve muito para os negros e negras, que ainda sofrem porque não tiveram as mesmas condições de outras etnias que aqui chegaram. Os europeus receberam terras cidadania e algum subsídio para se estabelecer, já o povo negro foi jogado na rua, após o fim da escravidão, e nem freqüentar escola lhe era permitido.
A falta de condições mínimas após a escravidão, nem terra nem formação, é o que faz com que ainda hoje, após mais de 200 anos, do fim das atrocidades da escravidão, tenhamos um percentual maior de exclusão social composto pela população negra.
A população negra, segundo último censo já ultrapassa a metade da população deste país, e também é a que mais mora mal, quando tem alguma coisa que possa se chamar de casa, que recebe os piores salários e é a maioria da população que esta fora da educação básica e universidades, porque tem que ajudar no sustento da casa desde cedo e depois não tem condições de disputar as vagas nas universidades públicas.
No mês da consciência negra a luta contra o racismo se faz mais presente, precisamos pensar como reparar todo sofrimento e contribuição do povo negro neste país, adotar políticas de inclusão social é fundamental neste sentido, para formação do indivíduo em toda sua plenitude, mas é uma luta que permanece, deve ser constante e diária enquanto não derrotarmos o sistema que vive e se nutre da exclusão social e da divisão de nossa classe, o capitalismo.
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