sábado, 20 de novembro de 2010

Ocupação ou invasão? Todo caso, nenhuma!

 Ao Haiti a verdadeira ajuda humanitária e nossa solidariedade de classe.

A discussão sobre o termo ocupação ou invasão é menor, mas necessária e ajuda a precisar a justeza da denúncia.

As tropas brasileiras estão no Haiti e comandam o exército da ONU, a Minustah, e a referência a esta situação parte do termo ocupação, termo que não traduz precisamente a realidade, o termo que deveríamos utilizar para nos referirmos as tropas que estão no Haiti deveria ser invasão.

Recorrendo a uma explicação cientifica, sobre a utilização do termo mais correto para demonstrar o que de fato ocorre no Haiti, podemos dizer que: pelas leis da física, dois corpos não ocupam o mesmo lugar, portanto se um território já é ocupado por um povo, como é que vai ser ocupado por outro?

A necessidade da utilização do termo invasão, para definir o que acontece no Haiti, ajuda evidenciar o verdadeiro objetivo da missão das tropas brasileiras naquele país. O termo invasão permite um entendimento mais próximo de uma conclusão, de que esta missão nunca foi humanitária. Pois a ajuda sempre é bem vinda e não provoca protestos e enfrentamentos, quem se propõe a ajudar será bem recebido e terá um espaço de atuação.

O papel lamentável que as tropas brasileiras têm no Haiti, nada mais é que a manutenção da ordem, é a garantia da tranqüilidade para o funcionamento das multinacionais que lucram alto à custa de baixíssimos salários pagos aos trabalhadores, com jornadas extenuantes e péssimas condições de trabalho.

A imprensa internacional e a nacional são obrigadas a apresentar as mortes que ocorreram, este mês (novembro) no confronto da população contra as tropas, de um lado tanques e blindados e forte arsenal e do outro a população lutando com as armas que tem: pedras.

Mas, já se vão seis anos que as tropas estão no Haiti e sempre houve confronto contra as tropas de invasão da Minustah, vários protestos foram reprimidos e se tem notícias, através da Batay Ouvriye ( Batalha Operária), de todo tipo de abusos contra a população.

A situação dos nossos irmãos no Haiti é gravíssima, após muitos anos de ditaduras terríveis, de seis anos de invasão, foram atingidos recentemente por catástrofes naturais e agora uma epidemia que já matou mais de mil pessoas e tem milhares infectadas.

É hora de intensificar nossas ações para ajudar o povo haitiano, primeiro uma campanha com a denúncia dos verdadeiros objetivos das tropas, fazendo cair por terra a farsa da ajuda humanitária, e assim exigir sua retirada e das demais e organizar a verdadeira ajuda, com envio de médicos, engenheiros, remédios e alimentos.

Esta na verdade é a discussão de fundo, ou seja, a solidariedade de classe.






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