O inacreditável superaumento aprovado na primeira sessão de 2011, por unanimidade, na câmara de vereadores de Gravataí, não chega a 100%, foi “só 75,8%”, mas é igualmente escandaloso. O salário dos vereadores passou de, já inaceitáveis, R$ 5,7 mil para fabulosos R$ 10 mil.
Seguindo a trilha dos políticos de Brasília e dos deputados estaduais, que respectivamente se auto-concederam 62% e 73% de aumento, os vereadores de Gravataí superaram todos os outros políticos ao reajustar os seus salários em 75,8%, com base em uma lei municipal de 2008, que condiciona o salário do vereador a 50% do salário de deputado estadual, um absurdo!
Dez mil reais para participar de duas sessões por semana.
A maioria dos vereadores tem outras funções e negócios, as demandas do cargo de vereança não impedem que exerçam outras atividades. Temos médicos, professores e empresários que vão as duas sessões por semana e depois seguem suas atividades profissionais. Portanto não dependem dos fantásticos salários de vereadores para sobreviver.
Enquanto isso um trabalhador ao final de um mês, com jornada diária de oito horas, terá o salário mínimo de R$ 545 reais, oferecidos pela turma dos 62% de aumento.
É a mesma historia de sempre, o trabalhador tendo que viver com as migalhas que caem da mesa dos banquetes dos políticos. Esta situação explica em parte porque faltam leitos em hospitais e remédios, porque faltam creches, porque as pessoas vivem de aluguel e não tem onde morar, e vai aí um longo etecétera.
Problemas que poderiam ser enfrentados destinando o dinheiro público, para atender as demandas da população do salário mínimo, e não enriquecendo oportunistas que se dizem representantes da população.
O DIEESE com base na constituição, lei maior deste país, que, aliás, os vereadores de Gravataí não respeitam, pois o supersalário rasga a constituição, prevê que o salário mínimo tenha que atender as necessidades básicas de uma família, com alimentação, saúde e educação, e para tanto é necessário um salário mínimo de R$ 2.200.
É, também, por isso que os vereadores de Gravataí têm que viver com salário igual ao de um operário, só assim saberão reconhecer as reais necessidades da população e a partir daí lutar para melhorar a vida do conjunto do município. Com um salário de cinco ou dez mil estes senhores ficarão distantes dos problemas mais sentidos pela população.
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