Os conceitos utilizados definem
algo literalmente, quando querem expressar a definição exata do que se está
tratando, ou metaforicamente, quando se faz analogia com algo é do senso comum.
Ser tratado como radical pode ser um bom conceito, ao referir-se a quem nunca abandona
seus princípios, defende intransigentemente suas idéias.
No processo eleitoral, que se
avizinha, seremos radicais em nome da nossa classe trabalhadora, nossos princípios
nortearão nossa conduta e nossas posições não serão moderadas em relação a
nossa independência política frente aos patrões. Assim, aceitar dinheiro de
empresas e de patrões é abandonar um conceito para nós muito caro, o classismo.
O classismo é a definição que trata da independência dos trabalhadores frente à
burguesia. O surgimento do PT se deu em base ao classismo, na década de 1980
havia um grande ascenso do movimento operário e era preciso organizar um
partido, que no seu interior não houvesse nem patrões nem empresários. Na década
de 1990 o PT chega a inúmeras prefeituras e mais tarde ao governo de alguns
estados. Começou aí um processo de adaptação à ordem burguesa. O classismo foi
sendo abandonado. Os métodos e princípios do antigo movimento deram lugar a uma
única estratégia: a eleição de Lula à Presidência da República. O PT se adaptou
e abandonou seus princípios, deixou de ser classista e adotou a estratégia da colaboração
entre as classes. Hoje é mais um partido da ordem que defende os interesses da burguesia e os
patrões.
Os patrões quando financiam campanhas de
partidos de esquerda, fazem para forçá-los a abandonar suas posições radicais e
adotar um programa mais moderado. Mas, em médio prazo, com seguidos
financiamentos, cria-se uma relação de dependência, e a burguesia acaba
dobrando essas organizações. O PT é a expressão disso em sua forma mais
degenerada.
Por isso, somos e seremos
radicais em defesa do classismo, para nós é um guia para a ação, um princípio
que simplesmente nunca deveria ter sido abandonado.