sábado, 30 de abril de 2011

Manifesto em defesa da fábrica Flaskô sob o controle dos trabalhadores





Pela imediata declaração de interesse social da Flaskô, da Vila Operária e da Fábrica de Cultura e Esportes

Em 12 de junho completam-se oito anos de ocupação e controle operário na fábrica Flaskô. Diante da crise capitalista e a decisão dos patrões de fechar a fábrica os operários e as operárias levantaram a cabeça e organizaram-se para manter a fábrica funcionando na luta em defesa dos empregos. Ocupando a fábrica e tomando seu controle.

Sem o patrão e a partir do controle operário, da democracia operária, foi reduzida a jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução nos salários.

Sem o patrão, os operários e as operárias em conjunto com famílias da região organizaram a ocupação do terreno da Fábrica e constroem hoje a Vila Operária e Popular com moradia para mais de 560 famílias.

Sem o patrão, os operários e as operárias reativaram um galpão abandonado e iniciaram o projeto “Fábrica de Cultura e Esporte”, com teatro, cinema, judô, futebol, balé e dança. Além de cursos e atividades de formação.

Desde o início os operários defenderam a estatização da fábrica sob controle dos trabalhadores diante das dívidas dos patrões com o estado.

Desde o inicio os operários e operárias se somaram a luta do conjunto da classe trabalhadora. Defendendo a reforma agrária junto com os trabalhadores do campo, defendendo a luta pelas moradias com os operários na cidade, defendendo os direitos e a luta contra os patrões em dezenas e dezenas de fábricas. Defendendo os serviços públicos como saúde e educação junto ao povo e aos trabalhadores do setor publico.

Lutaram desde o inicio pela reestatização das ferrovias junto aos ferroviários, pela reestatização da Vale do Rio Doce e da Embraer, por uma Petrobrás 100% estatal.

Os operários e operarias da Flaskô organizaram, junto ao Movimento das Fábricas Ocupadas em conjunto com os operários da Cipla e Interfibra 8 caravanas a Brasília para exigir a estatização da fábrica.

Os operários e as operárias organizaram conferências, seminários, encontros nacionais e internacionais, além de manifestações por todo o Brasil sempre discutindo com sua classe os caminhos da luta.

Hoje, desenvolvem campanha para que a Prefeitura de Sumaré-SP declare a Fábrica e toda a sua área de Interesse Social, dando um passo no caminho da desapropriação das propriedades do patrão para a sua definitiva estatização sob o controle dos trabalhadores.

Por isso convocamos todas as organizações operárias, estudantis, sindicatos, partidos e organizações políticas, personalidades a ajudarem os trabalhadores da Flaskô a irem até a vitória subscrevendo este manifesto e multiplicando iniciativas de apoio a Declaração de Interesse Social da Flaskô permitindo com isso a regularização de 560 moradias na Vila Operária, permitindo a transformação da Fábrica de Cultura e Esportes num verdadeiro centro cultural e esportivo público, e mais do que tudo isso, estatizando a fábrica, tornando-a pública, sob o controle dos operários que resistem há oito anos com seu suor e luta.

Sumaré, 25 de abril de 2011.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

DIA 28/04 TAMBÉM É DIA DE LEMBRAR DOS ACIDENTADOS NO TRABALHO.

O dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho,  surgiu no Canadá por iniciativa do movimento sindical, e logo se espalhou por diversos países, organizado por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais. A data foi escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos no ano de 1969. A OIT, desde 2003, consagra a data à reflexão sobre a segurança e saúde do trabalhador. 
No Brasil, a partir de maio de 2005, o dia 28 foi instituído por meio da Lei nº 11.121.

Considera-se acidente de trabalho, segundo o artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesões corporais ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente. Os acidentes estão enquadrados em três tipos:
1) Típicos - quando decorrente da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado;
2) De trajeto - quando ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado, e vice-versa;
3) Acidente profissional ou do trabalho - aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade constante do anexo II do regulamento da Previdência Social, aprovado pelo decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999.
Dentre as CAT's informadas o acidente típico é o que apresenta o maior número de acidentados.

No Brasil, por ano, são registrados cerca de 3.000 mortes por acidente de trabalho, o que corresponde a uma morte a cada três horas. O número de acidentes também são impressionantes. O Anuário Estatístico da Previdência Social no ano de 2004 registrou 465.700 acidentes de trabalho no país. De lá pra cá, o número só vem crescendo. Foram 499.680 acidentes, em 2005; 503.890, em 2006; 659.523 casos, em 2007; 755.980, em 2008; e em 2009 (última publicação), foram registrados 723.452 casos.
Ainda são gastos bilhões todos os anos com recursos públicos direcionado aos acidentes do trabalho. Em 2008 foram R$ 46 bilhões com assistência médica, benefícios por incapacidade temporária ou permanente, e pensões por morte de trabalhadores vítimas das más condições de trabalho. 

Já mundialmente, segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Cada acidente ou doença representa, em média, a perda de quatro dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.


A grande maioria dos estados está preparando atividades para o dia 28, e para além da simbologia do dia, estaremos reivindicando pautas comuns e específicas como: redução e congelamento dos preços, aumento geral dos salários e das aposentadorias, direitos sociais e trabalhistas, valorização dos serviços e servidores públicos, moradia digna, transporte público, não ao pagamento da dívida pública.


Nós educadores também estaremos cobrando a implementação do piso salarial nacional.

Portanto, motivos não faltam para que o dia 28/04 seja um dia de muita mobilização nacional!

domingo, 24 de abril de 2011

Dilma quer trazer o modelo de exploração chinesa ao Brasil

 Marcos Margarido, da redação do Opinião Socialista

• A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, visitou a China por cinco dias, em sua primeira viagem ao exterior para além da América Latina. Um dos dias foi utilizado para participação na reunião de cúpula dos BRIC’s, em Sanya, uma ilha situada no litoral sul chinês. Como ressaltou a imprensa mundial, foi uma “viagem de negócios” onde os aspectos políticos ficaram em segundo plano. Não foi outro o motivo de ter levado, em sua delegação, 250 empresários em busca de novos negócios.

Os resultados, no entanto, foram modestos em ambos os aspectos. De concreto, a permissão para exportação de carne de porco pelo Brasil, sem especificação do volume, e a autorização para a fabricação e venda de aviões da Embraer, que já tem uma fábrica montada na China, com a compra d e35 aeronaves E190 por empresas de aviação chinesas.

A busca da “arca do tesouro” chinesa - sua enorme reserva cambial - para investimentos no Brasil resultou numa comemorada promessa de instalação de uma nova fábrica da Foxconn no interior de São Paulo e em contratos entre a Sinopec, estatal de petróleo chinesa, e a Petrobras e da estatal de energia com a Eletrobras. Além disso, anúncios de investimentos por algumas empresas, mas basicamente para acompanhar o crescimento da economia brasileira.

A política das aparências
Os comunicados dos dois presidentes, Dilma pelo Brasil e Hu Jintao pela China, tradicionais neste tipo de encontro, nunca revelam os acordos reais realizados. Estes ficam em segredo, como os oito acordos de cooperação, entre eles um sobre Defesa, cujos teores não foram divulgados.

Mas o comunicado chinês frustrou a expectativa do governo brasileiro de ganhar mais um aliado em sua pretensão de tornar-se um membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Pequim limitou-se a apoiar "a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas". Somada à declaração parecida de Obama no Brasil, esta é a segunda derrota da diplomacia brasileira.

A China faz parte do Conselho de Segurança, mas seu ingresso se deu quando ainda era um Estado Operário e era preciso levar a política de “coexistência pacífica” entre o imperialismo e a burocracia soviética – de divisão do mundo em esferas de influência – para a própria ONU. Atualmente parece não haver lugar para novos “emergentes” entre as potências nucleares mundiais.

Os comunicados tampouco citaram as violações dos direitos humanos realizadas pelos dois países: centenas de presos políticos na China e condições subumanas nas prisões brasileiras. Mas foi ressaltado o fato dos dois países terem retirado da linha de pobreza milhões de pessoas, esquecendo-se, vergonhosamente, do salário mínimo vigente nos dois países – R$ 540,00 no Brasil e cerca de R$ 200,00 na China. Ou das condições de trabalho nas grandes obras do PAC no Brasil e nas minas de carvão chinesas, onde morrem centenas de trabalhadores todos os anos por falta de segurança no trabalho.

Para os capitalistas e seus representantes, isso pouco importa, ou melhor, importa muito, pois é dessa superexploração que retiram seus lucros e transformam seus países em eternos “emergentes”, sem nunca saírem da condição de semicolônias do imperialismo. É por isso que tais fatos nunca são mencionados em seus comunicados conjuntos.

Mais empregos ou mais exploração?
A maior sensação da viagem foi o anúncio da Foxconn de investir US$ 12 bilhões em cinco anos para construir uma "cidade inteligente" com 100 mil "habitantes" onde seriam fabricadas telas de cristal líquido e outros componentes de computadores. Trata-se do modelo adotado na cidade de Shenzhen, onde vivem mais de 150 mil trabalhadores em regime praticamente fechado, recebendo o salário mínimo regional, com jornadas de trabalho que podem chegar a 16 horas diárias e recentes denúncias de envenenamento por n-hexano, substância manipulada pelos operários para a limpeza de... telas de cristal líquido.

Foi aí que 10 operários cometeram suicídio no início de 2010, motivando Terry Gou, dono do Grupo Foxconn, a anunciar o fechamento da fábrica e sua transferência para o interior do país, onde o salário mínimo é ainda menor.

Foi o mesmo Terry Gou que afirmou, segundo os sites do Wall Street Journal e do Finantial Times, que “os salários no Brasil são altos” e que os operários brasileiros “param de trabalhar assim que ouvem futebol” e que, mais do que “levar uma fábrica à perfeição, é ainda melhor em extrair incentivos de governos”.

Esta afirmação vem bem ao gosto do governo brasileiro, que gosta de incentivar os “empreendedores”, como são chamados os capitalistas na China, com vultosos empréstimos do BNDES, a baixíssimos juros, e incentivos fiscais de todos os tipos. Mas o mais apropriado é dizer que a verdadeira especialidade de Terry Gou é superexplorar os trabalhadores, de qualquer nacionalidade.

Mas não é sua exclusividade. Numa pesquisa da China Labour Watch, uma organização de direitos humanos, em 46 fábricas onde trabalham 92 mil trabalhadores, concluiu-se que em 88% das fábricas não havia representação sindical efetiva; em 87% delas as horas extras diárias excediam 3 horas ou não havia garantia de descanso semanal – as horas extras excediam 100 horas mensais e em algumas fábricas, 200 horas; e 83 % não pagavam salários conforme a legislação, em relação ao salário mínimo e às horas extras.

Estes são os patrões que o governo Dilma está procurando para investir no Brasil. Esta é a aposta dos capitalistas brasileiros para um rebaixamento geral dos salários e direitos trabalhistas no Brasil.

Esta também é a vontade da burocracia sindical instalada na CUT, a julgar pelas declarações de Sérgio Nobre, presidente do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. O sindicalista afirmou ao jornal Valor Econômico que “se ficarmos presos à CLT, travaremos uma série de avanços que são fundamentais para os trabalhadores e para as empresas” , e defende que o negociado entre patrões e trabalhadores prevaleça sobre o legislado pela CLT. Como avanço, para as empresas, significa aumento dos lucros, uma medida deste tipo abriria as portas a todos os tipos de violações trabalhistas. Bem ao gosto dos capitalistas chineses. Ao que parece, com a ajuda da CUT, Terry Gou não terá mais motivos para dizer que os salários no Brasil são altos. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011



CPERS, 66 anos de luta

Hoje, um dos mais importantes sindicatos da America Latina completa 66 anos. São mais de cem mil educadores que vêm, ao longo do tempo, lutando para manter a qualidade da educação dos gaúchos.

O CPERS tem sido uma voz que não se cala, mesmo nas horas mais difíceis, pois a tarefa de educar vai além da sala de aula. Inclui lutar por condições de trabalho para os educadores, aprendizagem para os alunos e qualidade de vida para a sociedade. Nos obriga a denunciar os descaminhos dos governantes e o menosprezo à educação. Nos instiga a unificar os servidores públicos em defesa da qualidade dos serviços oferecidos ao nosso povo.



Agora, estamos de bandeira em punho para garantir que a Lei do Piso Salarial seja implementada. 

Nossa luta também é contra a reforma da previdência que, mais uma vez, vem para retirar direitos dos trabalhadores. Comemoramos os sessenta e seis anos do CPERS conscientes de que a educação pública de qualidade não nos será dada de presente, mas sim, conquistada.


Por isso, continuemos unidos, conjugando o único verbo que, até hoje, foi capaz de nos trazer conquistas: lutar!

terça-feira, 19 de abril de 2011


 Esta será publicada amanhã, 20/04, no jornal da cidade de Gravataí.
Dia 25/04 tem nova assembleia!

NOTA QUE SERÁ PUBLICADA AMANHÃ, 20/04, NO JORNAL DA CIDADE .

TODO APOIO À LUTA DOS METALÚRGICOS DA GM!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A PROPOSTA DA GM AMPLIA DIFERENÇAS SALARIAIS!

Conter a defasagem salarial

As fábricas da montadora de veículos da General Motors - GM - estão em São Paulo e aqui no Estado. E, de acordo com os números apresentados pela própria empresa, a fábrica que mais produz e gera os maiores lucros é a de Gravataí, para se ter uma idéia a montadora tem em caixa R$ 30 bilhões.

Contudo, inversamente os salários pagos aos trabalhadores daqui são os mais baixos do país. O salário do trabalhador da montadora em Gravataí é a metade do trabalhador da GM em são José dos Campos. Cabe informar ou lembrar é que: é a metade do salário para executar a mesma tarefa. Assim, ou os trabalhadores vão para a montadora em São Paulo ou tentam melhorar seus salários por aqui mesmo.

Esta discussão é importante, pois há uma proposta da GM em Gravataí para o acordo salarial deste ano. A empresa esta oferecendo menos de 3% de aumento real, proposta que amplia ainda mais a defasagem salarial, entre os trabalhadores, da montadora no país. No ano passado os trabalhadores da montadora em São Paulo, conquistaram um aumento real de quase 5%. Assim, se o acordo salarial for fechado nestes patamares, por aqui, vai aumentar ainda mais a diferença dos salários dos paulista em relação aos dos gaúchos.

Na verdade a proposta da empresa é de 9%, mas descontada a inflação do período que foi de 6,31%, o aumento fica em 2,6%, além disso, oferece uma participação nos lucros da empresa também menor que o conquistado pelos paulistas.

Para conter a defasagem salarial a saída é lutar para aumentar a proposta da empresa, buscar o apoio do sindicato e realizar atividades que chamem a atenção da empresa e da sociedade, pois a imagem que a empresa tenta construir é de valorização do trabalhador, tem algumas iniciativas neste sentido, mas a principal delas é pagar um salário digno e que diminua a diferença com São Paulo.

Em assembleia a direção atual do sindicato, que tem responsabilidade direta nestas distorções salariais, questionou os trabalhadores sobre se eles valem menos que um paulista, reconhecendo a abismo salarial entre os trabalhadores da mesma empresa. Para ser coerente com sua provocação, a direção do sindicato deve continuar a mobilização, acampando na frente da empresa e organizando os trabalhadores para pressionar a empresa a melhorar sua proposta e iniciar a diminuição das diferenças entre paulistas e gaúchos. Portanto, quem precisa responder alguma coisa é a direção do sindicato. Começando por explicar: Por que aqui o salário é menor que o de lá?

A luta é por:

12% de reajuste salarial;

R$ 7.000 de PPR par a100%

Abono de R$ 2.200



sábado, 16 de abril de 2011

 28 de abril: Unificar as mobilizações no dia nacional de lutas


 
• A principal atividade da CSP-Conlutas no calendário de mobilização de abril será a construção do dia nacional de lutas em 28 de abril. Este dia foi definido por todas as entidades e movimentos que participam do espaço nacional de unidade de ação: CSP-Conlutas, Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), Cobap, Intersindical, MTST, MTL, Anel, Cnesf, entre outras entidades combativas do movimento sindical e popular.

Ataques do novo governo
Dilma acaba de completar três meses de governo, mas, apesar do pouco tempo, já ficou clara sua política de ataques aos trabalhadores e à maioria do povo. Foi assim com o aumento absurdo no salário dos políticos do Congresso, principalmente em comparação com o reajuste abaixo da inflação para o salário mínimo, com o aumento dos juros e as medidas contrárias aos direitos do funcionalismo público federal, especialmente a proposta de congelamento dos salários dos servidores.

A presidente realizou ainda o maior corte da história no orçamento da União, no total de R$ 50 bilhões, atingindo principalmente as verbas nas áreas sociais, como saúde, educação e programas sociais.

Mais reformas neoliberais
Neste momento, estão em discussão no governo as propostas de reforma tributária e da nova reforma da Previdência. A grande imprensa vem divulgando, a partir de declarações de ministros e fontes ligadas ao próprio governo, as possíveis medidas que serão adotadas.

Está sendo cogitada uma reforma tributária que, entre outras iniciativas, reduziria a contribuição patronal no financiamento da Previdência Social, e uma nova reforma da previdência que criaria a idade mínima para se aposentar por tempo de contribuição.

Em vez de simplesmente acabar com o famigerado fator previdenciário, o governo Dilma, com apoio e conivência das centrais sindicais governistas, está propondo substituí-lo pelo chamado fator 85/95, que condenaria os trabalhadores a ter direito à aposentadoria integral somente quando a idade somada ao tempo de contribuição atingisse 85 anos, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens.

Unificar as lutas
Portanto, não faltam motivos para sairmos à luta. O objetivo da CSP-Conlutas é unificar, num mesmo dia de luta, todas as mobilizações das campanhas salariais com as mobilizações do movimento popular e estudantil. Precisamos organizar um amplo movimento nacional que derrote os ataques dos patrões, do governo Dilma, dos governos estaduais e das prefeituras, e que consiga nossas reivindicações.

Após o dia 28 de abril, a CSP-Conlutas estará com outras entidades, movimentos e organizações políticas, em todo o país, na construção de atos classistas, de luta e socialistas no dia 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.

sábado, 9 de abril de 2011

Piso e carreira é igual ao feijão com arroz

Na culinária brasileira existe uma dupla que se completa e que é altamente recomendada pelos especialistas: o feijão com arroz. Já na busca pela qualidade na educação, a dupla que tem a mesma conotação é o piso e a carreira. Duplas inseparáveis, que se completam e que juntas atendem com mais intensidade seus objetivos.

Esta definição é muito importante, pois o piso salarial nacional, criado em 2008, e que só agora foi definida pelo STF como lei constitucional, portanto não pode mais ser contestada judicialmente pelos governantes, tem que ser aplicado e sobre as atuais carreiras existentes dos educadores.

Conscientes desta relação umbilical entre planos de carreiras e o piso salarial nacional, nossa categoria realizou duas greves no governo anterior, pois houve a tentativa de alteração no plano de carreira e se isso não fosse impedido, ou seja, se tivéssemos perdido nosso plano de carreira, hoje o piso salarial não representaria nenhum avanço salarial, não significaria nenhuma recomposição salarial concreta.

Hoje o valor do piso que defendemos é de R$ 1597,87 para jornada de até 40 horas, assim para jornadas inferiores é preciso fazer uma relação de proporcionalidade. Aqui no estado a jornada é de 20 horas, portanto para cada jornada de 20 horas o valor é de R$ 798,05. Este valor deve ser aplicado, com julgou o STF reconhecendo a lei do piso, no inicial das carreiras, assim nenhum salário inicial pode ser menor que R$ 798,05, ou seja, ninguém pode receber no inicial de sua carreira menos que R$ 798,05 como básico da carreira, hoje o básico da carreira é de R$ 356,62. E será sobre o básico de R$ 798,05 que incidirão todas as vantagens.

E se não tivéssemos mais os planos de carreira?

Bem, então o atual governo iria somar ao básico de R$ 356,62 as demais vantagens e chegaria facilmente ao valor do piso salarial nacional, como temos o plano de carreira o aumento incidirá sobre todas as vantagens. Essa é a relação que precisa ser entendida, sem o plano de carreira o piso seria só uma referência e não promoveria nenhuma mudança significativa no bolso dos educadores.

Agora é exigir do atual governo a implementação do piso como manda a lei nos salários iniciais dos planos de carreiras de professores e funcionários, e esta luta está só começando. Em assembleia decidimos aceitar emergencialmente um índice de 10,91%, mas reafirmamos a disposição para continuarmos a luta pela aplicação da lei do piso, mesmo sabendo que para isso precisaremos ainda comer muito feijão com arroz.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Militantes rompem com o PSOL no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Maranhão 




DA REDAÇÃO
 


• Em diferentes cidades do país, militantes começam a romper com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). As críticas vão de falta de democracia interna, recebimento de dinheiro de empresas nas eleições (como na campanha de Luciana Genro), até a priorização dos parlamentares em detrimento das lutas.

Abaixo, publicamos duas notas que explicam bem essa situação. A primeira é da Alternativa Socialista, do Rio Grande do Sul, e do Coletivo Paulo Romão, que reúne principalmente educadores do Rio de Janeiro. A segunda é de um grupo de sindicalistas do Maranhão.



Comunicado aos militantes da esquerda socialista
Somos um grupo de ativistas que militávamos na Alternativa Socialista (RS) e no Coletivo Marxista Revolucionário Paulo Romão (RJ). No último final de semana, reunidos em conferência, decidimos por unificar nossas correntes e estaremos, através de um novo agrupamento político, denominado “Construção Socialista – CS”, nos colocando a serviço da reorganização da Esquerda Socialista Brasileira.

A conferência da CS definiu também pela nossa saída do PSOL, partido que ajudamos a construir, mas que avaliamos não ser mais o espaço para disputarmos o programa e a concepção de partido que defendemos. Neste sentido, queremos fazer algumas considerações:

O PSOL surgiu como resultado da total falência do PT e do enfrentamento de um amplo setor do movimento com as políticas neoliberais impostas por Lula. Com a degeneração completa do PT, muitos que não tinham abandonado a estratégia do socialismo, mas que permaneciam filiados a este partido, se jogaram na tarefa de construir uma nova ferramenta política para defender a classe trabalhadora.

Já no início desta construção, os problemas começaram a surgir. A prática conspirativa da direção – baseada nas grandes correntes e seus parlamentares – onde os acordos se sobrepunham ao trabalho de base foi afastando o PSOL dos movimentos sociais, tornando este jovem partido simplesmente em uma sigla eleitoral.

Vários episódios conflitantes com a estratégia socialista marcaram negativamente a trajetória do PSOL. Nestes seis anos de vida, a pressão eleitoral e a luta pela sobrevivência política das principais figuras foram as principais bandeiras do partido.

A cada eleição, o partido mostra táticas desastrosas: aliança com PV, dinheiro de empresas para campanhas eleitorais, apoio à Marina, voto em Paim e tantos outros exemplos. Tudo isso comprova que o PSOL está longe de defender um programa de ruptura com o capitalismo, ao contrário, demonstra cada vez mais a sua perda de independência.

Sabíamos, desde a fundação, que não seria este o partido estratégico, mas que deveria cumprir o papel de agregar os lutadores de esquerda e servir de “abrigo” aos militantes revolucionários. Isto não aconteceu.

Por isso não podemos aceitar que os militantes da nossa corrente se eduquem num partido que se diz socialista, mas que se contenta em levantar consignas radicais mínimas e democráticas, que não se enfrenta com a propriedade e a dominação capitalista e resume a questão do poder a eleger parlamentares e disputar por dentro da democracia burguesa.

Também para ativistas sindicais e do movimento popular como nós, não é possível admitir estar num partido que nunca teve uma política de orientar os seus militantes para a construção de uma organização sindical – ferramenta imprescindível para reorganizar a classe trabalhadora diante da degeneração da CUT. Pelo contrário, as grandes correntes do PSOL, ou se omitiram, ou tentaram criar mecanismos para enfraquecer a CONLUTAS.

Estamos saindo do PSOL com a tranqüilidade de quem, durante seis anos, não mediu esforços para construir o partido. Disputamos todos os espaços, elegemos delegados para os congressos, ocupamos postos na direção e nunca tivemos política de desgastar os dirigentes e, muito menos, as figuras públicas.

Estamos rompendo porque não abrimos mão de preparar a CS – organização política que ora estamos construindo – para ser parte de um partido que tenha como objetivo estratégico dirigir a luta dos trabalhadores e dos setores explorados para realizar a revolução socialista.

Por fim, afirmamos que não nos renderemos ao discurso das dificuldades da conjuntura e a falta de ascenso do movimento, para nos acomodarmos nas saídas vistas como mais fáceis na construção das ferramentas da classe trabalhadora. Pelo contrário, a CS continuará totalmente a serviço do fortalecimento da CSP-CONLUTAS e da ANEL.