Diferente do que a coordenadoria queria encaminhar foi garantido que todos primeiro falassem para que ao final voltasse à palavra ao governo. Além da praticamente unanimidade das falas repudiarem o conteúdo e a forma como o governo esta fazendo, muitos denunciaram a situação de suas escolas, com falta de bibliotecas, laboratórios, falta de salas de aula, quadros estragados, etc...
Ficou evidente no debate que o que as escolas e os educadores precisam é de mais dinheiro. Precisam que o governo pague o piso aos educadores. Precisam que o governo destine 35% dos recursos do Estado para a Educação Pública.
Muitos colegas questionaram o caráter da conferência: se tínhamos poder de decisão ou se não passava de um faz de conta, uma verdadeira palhaçada só para respaldar, dar verniz democrático ao projeto do governo. Os colegas se referiam ao artigo do texto do governo que diz que não se pode alterar o projeto.
No final a coordenadoria se negou a encaminhar a proposta de votação para que se tivesse a posição da conferência de Gravataí. Diante da persistente negativa da coordenadoria de votar o encaminhamento, foi feito por professores do plenário a votação. A proposta do governo foi rejeitada quase por unanimidade, com apenas duas abstenções.
A negativa da coordenadoria de votar um mero encaminhamento para que se tivesse formalmente a posição do encontro de Gravataí, mostra mais uma vez o caráter anti democrático dos encontros e confirma que o projeto veio de cima pra baixo e querem fazer engolir de qualquer jeito. Pode até se falar contra, mas não vai ter votação alguma em qualquer uma das etapas e muito menos estas votações irão ser consideradas na hora e implementar ou não as mudanças.
Ao perceber a grande contrariedade do projeto a coordenadoria tentou mostrar que se trata de pequenas modificações e ao final parecia que é só formalizar o que já esta sendo feito. Na verdade se trata de grandes mudanças que irão mexer com toda a vida nas escolas que passa pela ampliação da carga horária de aulas em 600hs nas que já existem e também modifica o critério para o concurso que será feito por área e não mais por disciplina específica, conforme a faculdade dos professores.
O repúdio geral nas escolas, que se mostrou na conferência de Gravataí, deve se materializar na expansão da discussão na comunidade escolar, repúdio a reestruturação em todos os espaços possíveis e engrossar a participação na assembléia geral convocada pelo CPERS para o dia 18 de novembro no gigantinho. Queremos o pagamento do piso salarial nacional já para professores e funcionários. Não ao decreto que altera os critérios de promoção. Abaixo a meritocracia. Não a forma e conteúdo de modificação do ensino médio proposto pelo governo Tarso e o Secretário José Clóvis.
No dia 09/11 na mesma câmera de vereadores de Gravataí acontece a etapa regional. Mais uma vez vamos dizer não a esta reestruturação que só piora a situação da educação pública do Rio Grande do Sul. Como um pai falou: “devemos dar um não do tamanho do Rio Grande”.
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