sábado, 24 de setembro de 2011

A VIDA ESTÁ CADA VEZ MAIS DIFÍCIL EM GRAVATAÍ.


  SOGIL E PREFEITURA ATACAM O BOLSO DOS GRAVATAIENSES

No último sábado, dia 17 de setembro, a prefeitura anunciou mais um aumento abusivo de 10,2% nas passagens dos ônibus municipais. Esse é o segundo aumento em nove meses e foi aprovado pela prefeita Rita Sanco às escondidas para pegar os gravataienses desavisados durante o feriadão. Como se não bastasse, logo as tarifas intermunicipais também aumentarão, provavelmente em 5,2%.
O transporte coletivo de Gravataí há tempos vem causando indignação e constantes reclamações por parte da população que utiliza esse serviço.
Gravataí é a cidade da região metropolitana que mais cresceu nos últimos anos, mas o número de ônibus não acompanhou esse crescimento. Afinal, que trabalhador(a) ou estudante não está acostumado a pegar ônibus lotados, esperar um tempão nas paradas, ir em pé e ainda por cima pagando uma das tarifas mais caras da região? Isso ocorre tanto nas linhas municipais como nas intermunicipais.
Não é de hoje que os empresários mandam e desmandam no transporte coletivo da cidade. A concessão e o monopólio entregues a SOGIL desde 1986 apesar do péssimo serviço prestado, é a prova de que os governantes e essa empresa são grandes parceiros e quem paga a conta por essa amizade é o povo. É sempre assim: a SOGIL pede e a prefeitura dá! E a qualidade do transporte fica cada vez pior.
Um exemplo disso foi o Mais Transporte Para Todos ou popularmente conhecido “Mais Transtorno para Todos” implementado no início do ano. A prefeitura disse que iria melhorar, mas quem pega ônibus sabe que se melhorou para alguém, só pode ter sido para os cofres da SOGIL.
O preço da passagem aumentou pela segunda vez em nove meses, mas os salários continuam baixos e só são reajustados uma vez ao ano. Mas mesmo assim continuam dizendo por aí que a vida dos brasileiros nos governos Lula e Dilma tem melhorado muito. Será mesmo verdade? Tem melhorado pra quem? Os banqueiros e grandes empresários (como a SOGIL) realmente estão muito satisfeitos com seus lucros, mas por outro lado os salários dos trabalhadores estão muito defasados.
O aumento da tarifa dos transportes causará um desfalque no orçamento familiar da população. Quem precisa utilizar diariamente uma linha de ônibus municipal passou a pagar à SOGIL R$140,4 /mês e se trabalhar ou estudar em Porto Alegre pagará R$244.4 (comum) ou R$345,8 (executivo). Tudo isso mais alimentação, moradia, contas para pagar... e o salário mínimo é só R$545,00.
O PSTU/Gravataí é contra esse roubo em cima dos trabalhadores e da juventude da cidade. Até quando essa história vai se repetir? É preciso dar um basta nessa situação.
Para mudar de verdade é preciso acabar com o monopólio da SOGIL, retirando sua concessão e municipalizando o transporte coletivo, proporcionando à população tarifas bem mais baratas, passe-livre para estudantes e trabalhadores desempregados e um transporte público de qualidade.
 
 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tarso, PAGUE O PISO OU A EDUCAÇÃO PARA!


Mérito e meritocracia

JUREMIR MACHADO DA SILVA

Admiro o governador Tarso Genro. Admiro e respeito. Quando a gente admira e respeita alguém, precisa argumentar. Por que mesmo o governador quer implantar a meritocracia para avaliar o magistério estadual? Essa história de que é mérito, não meritocracia, parece para gaúcho dormir no frio. Não há diferença. Ou há? Parte da mídia tem raiva dos professores, especialmente do Cpers, e apoia esse tipo de medida como se fosse a salvação da lavoura. É a parte da mídia que louvou o neoliberalismo, o milagre chileno, o Estado mínimo de Ronald Reagan, o déficit zero da Yeda e tudo que, sendo arcaico ou ilusório, é apresentado pela Veja e pelo Estado de S. Paulo como sendo moderno e fashion. Quero entender o governador. Elegeu-se contra o modelo de Yeda Crusius. Tratou de aprovar um pacote previdenciário que só foi contestado pelos yedistas por simulação e oportunismo.

Tarso Genro ainda não está pagando o piso salarial do magistério que ajudou a criar como ministro da Educação. Será que vai fazer uma chantagem com o magistério? Pagar o piso se o magistério aceitar a meritocracia? Sei que a palavra é forte. Seria uma maneira de aliviar o caixa? Com a meritocracia, cai o atual plano de carreira e terá menos gente no topo para receber certas vantagens? A minha pergunta é simples: por que só o magistério? Por que tem mais gente? Se for assim, a exemplo do novo Código de Processo Penal, acusado de ter sido aprovado para diminuir a população carcerária e os gastos públicos com presídios e presidiários, a meritocracia será apenas uma medida econômica disfarçada de preocupação com alunos e educação. Quero entender. Não consigo. Está bem difícil.

O secretário da Educação sempre foi contra a meritocracia. Vai aplicá-la? O governador Tarso Genro quer ser chamado de Yeda de bigode? Está dizendo que o magistério trabalha pouco? Eu acho essa medida discriminatória. Não se pode cobrar alíquotas previdenciárias diferenciadas de funcionários. Por que se poderia condicionar os rendimentos a critérios diferentes de avaliação? Ou se aplica a todos ou a ninguém. Tenho certeza de que o governador não verá neste texto um ataque ao seu governo, mas uma tentativa de reflexão. Entra governo, sai governo, a tentação é uma só: enquadrar o magistério, barrar aumentos salariais substantivos, cobrar desempenho. Pagamos uma fortuna aos professores? Eles são muito ruins? Tudo vai bem nos demais setores? Por que secretários e deputados não recebem também de acordo com o mérito e o rendimento?

Pense bem, governador. Isso vai dar bolo. O bicho vai pegar. Teremos um novo setembro negro? Vejo os professores em pé de guerra. No plano meritocrático de Canoas tem um elemento bizarro. Valoriza-se a disciplina do professor e a saúde. Quem não adoecer muito, nem contestar demais ganhará pontos. Estou dizendo bobagens? É a minha tradução de alguns critérios. Uma coisa é certa: o magistério não vai aceitar no mole. É guerra. Dá tempo de botar a bola no chão e chutar certo. Ou será que é mesmo avaliação pelo mérito e não reles meritocracia?

JUREMIR MACHADO DA SILVA é jornalista, escritor e professor

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Por uma segunda independência 



ZÉ MARIA
Presidente nacional do PSTU e ex-candidato a Presidência da República
 


• No dia 7 de setembro, dia da independência, há desfiles militares, declarações dos governos e muitas outras cerimônias solenes. Mas o Brasil é verdadeiramente independente? Como falar de uma verdadeira independência se a economia brasileira nunca foi tão dependente? Cerca de 60% das empresas brasileiras estão nas mãos de estrangeiros. As multinacionais controlam os setores de ponta da indústria, como indústria automobilística, alimentos e bebidas, eletroeletrônico, farmacêutico, indústria digital, petroquímica, telecomunicações. Avançaram muito em setores em que antes não existiam ou eram fracas como na construção civil, campo, comércio varejista e bancos. Como falar de independência se metade de tudo o que o país arrecada em impostos e taxas é entregue aos bancos nacionais e estrangeiros? O governo Dilma está entregando neste ano R$ 954 bilhões de reais (49,15% do orçamento federal) aos bancos como pagamento da dívida pública. No orçamento previsto para 2012, já se prevê pagar R$ 1,02 trilhão (47,9%) do orçamento. Para que se tenha uma idéia, o pagamento de todos os salários do funcionalismo corresponde a apenas 9,59% desse orçamento. É como se um trabalhador fosse obrigado a entregar metade de tudo o que ganha todos os meses a um banco. Toda a vida desse trabalhador estaria determinada pelo pagamento dessa dívida. É o que se passa com nosso país. Trabalhamos, mesmo sem saber disso, para enriquecer ainda mais os bancos nacionais e estrangeiros. E são esses bancos que determinam a política econômica do governo. Não é por acaso que o Brasil tem as mais altas taxas de juros de todo o mundo. Como falar de independência se tropas brasileiras ocupam militarmente o Haiti. Essa ocupação foi "pedida" por Bush (quando era presidente dos EUA) a Lula. As tropas não cumprem nenhuma função "humanitária", como é divulgado. Desde que começou a ocupação militar não existem notícias de qualquer melhoria na área de saúde, educação ou de saneamento. Na verdade, os soldados ajudam a sustentar um plano econômico a serviço das fábricas norte-americanas têxteis instaladas nesse país, que pagam R$ 110 por mês de salários. As greves são reprimidas pelas tropas de ocupação, dirigidas por soldados brasileiros. Como dizia Lênin, não pode ser livre um país que oprime outro país. As tropas brasileiras oprimem o povo haitiano a serviço da exploração norte-americana.Não se pode comemorar o 7 de setembro como a "independência do país". O que se deve fazer é chamar os trabalhadores e a juventude a lutar por uma segunda e verdadeira independência, a libertação do país do domínio imperialista.

sábado, 3 de setembro de 2011

Teresina: mobilização derrota prefeito e empresários e derruba o aumento da tarifa do transporte

Dirigente alerta para a necessidade da continuidade das mobilizações, até a estatização do transporte coletivo e o passe-livre para estudantes e desempregados


 


• Após dias de intensos protestos que se enfrentaram com a polícia e a intransigência da prefeitura de Teresina e os empresários do setor, finalmente estudantes e trabalhadores derrubaram o aumento da tarifa do ônibus nesse dia 2 de setembro. Foram pelo menos cinco dias de radicalizadas manifestações que tomaram as ruas da capital do Piauí, incluindo uma manifestação que reuniu 30 mil no dia 1º, e não recuaram até a revogação do aumento, mesmo com a repressão policial e a criminalização de grande parte da imprensa.

Comemoração da vitóriaAcuado, o prefeito não teve escolha e decidiu suspender o reajuste na manhã desse dia 2 de setembro. Milhares de estudantes e trabalhadores comemoraram nas ruas da capital a vitória das mobilizações, que se tornaram grande exemplo de luta para todo o país. Mas que não terminou ainda. “Temos a plena consciência de que vencemos uma pequena batalha, mas existe uma guerra travada nessa cidade, que é pela municipalização do transporte público, porque sabemos que enquanto essas empresas estiverem nas mãos dos capitalistas, sempre vamos ser surpreendidos por mais um aumento”, afirma Maurício Moreira, professor da rede estadual, militante do PSTU e da Coordenação Estadual da CSP-Conlutas.

Maurício reitera ainda as demais reivindicações do movimento: passe-livre para estudantes e desempregados e a integração do transporte coletivo na cidade.

Fórum em Defesa do Transporte
Apesar dos protestos terem tomado a cidade nos últimos dias, a articulação dos movimentos sociais contra o reajuste da tarifa ocorreu logo após o anúncio da prefeitura da intenção de aumentar as tarifas, ainda em junho.“Desde o dia 1º de junho, quando foi anunciado o aumento dos preços das tarifas do transporte coletivo nós do PSTU, da CSP-Conlutas e da ANEL chamamos a criação um Fórum Estadual de Defesa do Transporte Público” , relata Maurício. Desde então, várias reuniões, seminários e manifestações foram realizados contra o aumento das passagens.


No dia 27 de agosto, sábado, porém, os teresinenses acordaram com a notícia de que prefeito Elmano Ferrer (PTB) havia decretado o aumento da tarifa na madrugada, de R$ 1,90 para R$ 2,10. O fórum intensificou as mobilizações e a indignação generalizada levou milhares de estudantes e trabalhadores às ruas. A luta, porém, não acabou com o anúncio da suspensão do aumento. A imprensa teresinense informa que o decreto é temporário e por enquanto vale somente por 30 dias. Além de consolidar essa vitória que já se tornou um marco na luta pelo transporte, o fórum quer ampliar as mobilizações para a estatização do transporte e seu funcionamento para os interesses da população e não para os lucros dos empresários.

”Queremos a municipalização já do sistema de transporte coletivo, para que os R$ 88 milhões mensais gerados de lucro sejam revertidos em melhorias do transporte e serviços para a população teresinense e não para os bolsos de treze empresários privilegiados da cidade”, diz Maurício.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A ADIn do Tarso

O governo Yeda utilizou-se de uma ADIn- Ação Direta de Inconstitucionalidade- para não pagar o Piso Salarial para os trabalhadores em educação. A ex-governadora apostou na demora do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, como argumento para manter o arrocho salarial para professores e funcionários durante seu mandato.

Com a decisão do STF, divulgada recentemente, considerando a lei do piso constitucional, o governador Tarso tem obrigação de cumprir a lei. O que não era problema para o candidato Tarso, pois, entre suas promessas e declarações, não precisaria esperar a decisão do supremo para pagar melhor professores e funcionários, aliás, na época o governador achava o Piso um direito e demonstrava desacordo com a Yeda e prometia que iria retirar a ADIn.

No entanto, em uma mudança de postura, o governador Tarso Genro agora vai esperar pelo STF para decidir se paga o piso. A estratégia jurídica utilizada desta vez é muito semelhante à ADIn da Yeda, o tal de embargo de declaração pede tempo para o STF para o governo se adequar a lei, o governador que disse que não iria esperar pela decisão do supremo, promove uma suprema contradição. Estamos diante de uma nova manobra jurídica, meramente protelatória e que pretende manter o arrocho salarial a que são submetidos os trabalhadores em educação.

A valorização dos educadores não pode ficar dependendo de considerações de juízes, o governador Tarso, “pai” do Piso, tem que cumprir a lei, pagar um salário digno para professores e funcionários. Seu governo tem que estar voltado a atender as demandas sociais, tem que valorizar o funcionalismo que presta o serviço a população. Não vamos mais aceitar estas estratégias jurídicas, tem que pagar decentemente professores e funcionários e respeitar as demais conquistas da categoria.

A valorização da educação é uma decisão política. E até agora todas as decisões do governador Tarso são o contrário disso, pois a criação do Fundoprev, o calote nos RPV's, o aumento da alíquota da previdência e o não pagamento do Piso são decisões que apontam um caminho inverso, muito distante da valorização da educação.

O governador ao adotar estas políticas vai ter como resposta uma grande mobilização dos educadores, a campanha já está nas ruas e chama-se A grande Batalha, assim ou o Tarso paga o Piso ou a educação vai parar.