segunda-feira, 27 de junho de 2011

Congresso da ANEL consolida entidade e prepara campanha em defesa da educação 

I Congresso da entidade arma campanha contra o PNE e pelos 10% do PIB para a educação nesse segundo semestre



DA REDAÇÃO
 


 Vinicius Psoa
 
  Detalhe da plenária da ANEL

• Cerca de 1700 estudantes se reuniram entre os dias 23 e 26 de junho em Seropédica (RJ) para o I Congresso da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, fundada há exatos dois anos. Contrastando com a imagem de alienação e descompromisso que boa parte das pessoas tem da juventude no país, foram 4 dias de intensas discussões políticas sobre os principais problemas dos estudantes e da sociedade em geral.

O congresso contou com a participação de estudantes de 23 estados e importantes entidades como o ANDES e os DCE’s (Diretório Central dos Estudantes) da UFRJ, UFRR, UFRS, UEC, entre outras. Entre os delegados, muitos ativistas LGBT’s, refletindo o destaque dado pela ANEL no último período na luta contra a homofobia. Marcaram presença ainda organizações como o MTL, MTST e o MST, selando a unidade dos estudantes e o movimento popular.

Os bombeiros do Rio de Janeiro também enviaram um representante para saudar o evento. O cabo Benevuto Daciolo, principal dirigente da greve dos bombeiros na cidade, agradeceu a solidariedade ativa prestada pela ANEL na campanha pela libertação dos grevistas presos e durante toda a mobilização da categoria.

O principal saldo do Congresso, porém, é a consolidação de uma entidade nacional dos estudantes, independente dos governos e construída pela base.“Os estudantes que saíram daqui voltaram para casa animados e com a certeza da necessidade de consolidar essa entidade de luta para a juventude brasileira, que seja ao mesmo tempo combativa e realmente democrática”, avalia Clara Saraiva, da Comissão Executiva da entidade.

Contra o PNE e pelos 10% para a educação
O congresso teve mais de 10 mesas temáticas que discutiram assuntos que vão do transporte público à questão ambienta. Os dois eixos principais do congresso, porém, foram a luta contra o novo Plano Nacional de Educação do governo e a reivindicação de que 10% do PIB sejam investidos na educação.

Os delegados aprovaram uma ampla campanha pelos 10% do PIB, com a realização inclusive de um plebiscito sobre o tema, ideia que foi encampada pelo MST. A resolução chama inclusive a própria UNE para participar da campanha.

A campanha seria o principal foco da entidade nesse segundo semestre. No dia 15, uma reunião nacional envolvendo o Andes, a CSP-Conlutas e diversas entidades da educação começou a preparação da campanha e a convocação do plebiscito. A professora Amanda Gurgel, que esteve na reunião, participou de uma das mesas do congresso e defendeu os 10% do PIB já. "O relator do Plano Nacional de Educação chegou a perguntar de onde tirar o dinheiro para aumentar o percentual da educação. É só olhar para onde vai o dinheiro. HOje o governo gasta mais em renúncia fiscal do que em Educação e saúde juntas", criticou a professora do Rio Grande do Norte.



Internacionalismo
Um dos pontos altos do Congresso ainda foi a participação das delegações internacionais, que trouxeram suas experiências de luta nos outros países. Esteve presente um estudante da Espanha que atuou no movimento 15-M e esteve na praça Puerta del Sol, em Madri. Estiveram presentes ainda um estudante suíço que falou sobre as recentes mobilizações na Europa, um ativista palestino e a jornalista Soraya Misleh, do Comitê de Solidariedade à Palestina, que esteve recentemente na região e permaneceu horas detida por forças israelenses.

Autonomia e independência
Além de firmar a ANEL como entidade alternativa de luta aos estudantes, o congresso ajudou ainda a combater estigmas e ideias lançados por setores que se mantém presos ao governo Federal. Os principais deles: que a entidade seria “sectária” ou mero “braço estudantil” do PSTU. “Depois desse Congresso vimos que não era nada disso”, diziam muitos estudantes independentes ao final do encontro.

“Não sou capacho do governo federal, sou estudante livre da assembléia nacional”, foi a palavra de ordem que marcou esse congresso que pode ser um marco para a historia do movimento estudantil brasileiro.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

“O Fora da Lei”

Não se enganem o título não se refere à propaganda de filme de faroeste, trata-se sim de uma avaliação do atual governo do Estado.

A última instância jurídica deste país, o Supremo Tribunal Federal, onde as decisões encerram as interpretações das leis, definiu que o Piso Salarial Nacional Profissional é constitucional e deve ser aplicado sobre os básicos das carreiras, ou seja, deve incidir sobre a remuneração inicial dos planos de carreiras dos professores. Uma tradução possível para ajudar quem está um pouco afastado da discussão é a seguinte: o piso é o salário mínimo dos educadores, ninguém, pela lei, pode ganhar menos do valor já estabelecido.

Portanto a lei deve ser aplicada já e no salário inicial do plano de carreira, onde incidem todas as vantagens, a decisão do STF é uma conquista da pressão dos educadores do país, que buscam a justa valorização da profissão. Conquista que tem que ser respeitada e cumprida pelos governantes deste país, que só lembram-se da educação na campanha eleitoral.

Foi com a mobilização dos trabalhadores em educação que o Piso Salarial virou lei, e vai ser como vemos agora, com mais mobilização, que vamos transformar a lei em salários. Fruto desta discussão os professores e funcionários de cinco estados estão em greve pela aplicação do piso, movimento que tende a intensificar-se nos próximos meses país afora. Na última assembleia do CPERS a categoria aprovou a mobilização e construção de greve no mês de agosto com manifestação em Brasília, reunindo os educadores de todo país.

Assim o governador Tarso Genro ao não cumprir a lei do piso se torna um “fora da lei”. Não cumpre a lei e, além disso, envia projetos para Assembleia Legislativa que prejudicam ainda mais os já maltratados educadores: o famoso pacote do Tarso. Que vai desde o calote em dívidas, que o Estado tem com os servidores a projetos que alteram e põem em risco a nossa aposentadoria. Neste sentido, outra decisão de nossa assembleia é de que vamos paralisar as escolas nos dias de votação dos projetos, iremos  lotar as galerias da Assembleia Legislativa e derrotaremos com nossa mobilização o pacote do Tarso.

O final deste “filme” depende muito das decisões políticas do atual governador, que deve inicialmente retirar os projetos da Assembleia e cumprir a lei do piso para professores e funcionários, ou se preparar para assistir um filme de “terror”.


sábado, 18 de junho de 2011

Dilma, Palocci e a volta das mobilizações sociais

"Bombeiros, metalúrgicos, professores... As greves e os protestos estão de volta, junto com uma sensação de que algo não vai bem no país"


por Zé Maria | publicada em: 17/6/2011
Site do Congresso em Foco, de Brasília (DF)
Confira a notícia no site do veículo

 
 
  Zé Maria
(Foto publicada na matéria original)

Há muita discussão na imprensa sobre as possibilidades de sucesso da operação realizada pela presidenta Dilma para livrar-se do imbróglio Palocci e, ao mesmo tempo, da inoperância dos responsáveis por sua articulação política. Vai ser preciso esperar um pouco para se ter uma ideia mais precisa dos resultados. Em princípio, parece que as medidas tomadas amenizam a crise, de fato. Mas é muito pouco provável que o governo volte a ter a mesma força de antes, que foi exibida triunfalmente na votação do salário mínimo no Congresso. Dilma já está muito mais refém dos humores (e interesses) de sua base parlamentar. Será, portanto, um governo mais fraco do que antes.

Mas, além dos problemas nas relações do governo com sua base aliada ou com a oposição de direita no Congresso Nacional, há outro fenômeno que vem ganhando espaço na conjuntura política. É o processo crescente de lutas sociais, de greves e mobilizações dos trabalhadores e setores oprimidos da sociedade.

O elemento mais visível desse fenômeno é a luta dos bombeiros do Rio de Janeiro. Eles se rebelaram contra o governador Sergio Cabral, pelo salário de fome que ele paga ao setor e pela truculência, digna de um ditador, com que reagiu à pressão legítima dos bombeiros pelo atendimento de suas reivindicações. Essa luta, por si só, é na verdade a ponta de um verdadeiro iceberg, do descontentamento dos bombeiros e policiais civis e militares de todo o País, que lutam pela aprovação da PEC 300, que estabeleceria um piso salarial digno para o setor. Essa PEC não foi votada ainda no Congresso por obstrução do governo federal. Tudo indica que esse processo está longe do seu final. As mobilizações de policiais devem crescer pelo país e podem herdar a combatividade demonstrada pelos bombeiros cariocas.

A greve da Volkswagen do Paraná, que durou quase 40 dias e arrancou uma vitória importante para os trabalhadores, é expressão não só de inúmeras greves que vêm ocorrendo no setor industrial em várias regiões. Representa também a radicalização dos que têm ido à luta em defesa dos seus interesses. Radicalização que já se anunciava com a rebelião dos operários da construção civil nas obras de Jirau, em Rondônia. E que pudemos verificar na greve dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza ocorrida no final de abril; na greve das empreiteiras que trabalham na área da Petrobrás na Baixada Santista no mês passado. Ambas também terminaram com vitórias importantes para os trabalhadores.

Com estas, ocorreram inúmeras greves em indústrias nas últimas semanas. Na Volvo e na Peugeot, no Paraná; na General Motors e em mais cinco ou seis fábricas em São José dos Campos; na Honda e em mais quatro ou cinco fábricas na região de Campinas; em várias fábricas metalúrgicas na região de São Paulo (capital); na Mina Casa de Pedra, da CSN em Congonhas (MG); na Monsanto, em Jacareí; na CPTM, em São Paulo; dos motoristas do ABC, e assim poderíamos citar uma imensa lista de mobilizações.

No serviço público, temos um amplo processo de mobilização em curso no setor da educação, em praticamente todos os estados. Já houve greves dos professores do ensino médio em cerca de 20 estados. Outras greves neste setor estão começando nesta semana. Há greves de servidores municipais em dezenas de municípios, tendência crescente com a pauperização também crescente dos municípios, que não conseguem dar conta de suas obrigações como empregador. Os servidores da União estão em plena campanha de mobilização, cujas reivindicações vão desde aumento salarial até a exigência de que o governo retire do Congresso projetos como o PL 549 (que congela os salários do funcionalismo por dez anos) e outros que atacam seus direitos. Os servidores técnico-administrativos das universidades federais já se encontram em greve. Outros setores devem entrar nos próximos dias. Haverá manifestação nacional do funcionalismo federal, nesta semana, em Brasília. Também mobilização em vários estados promovidas pelos trabalhadores na educação.

No âmbito dos movimentos populares, de luta por moradia e por uma reforma urbana que atenda aos interesses da maioria, e não da especulação imobiliária, prepara-se grandes enfrentamentos para o futuro próximo. Seguirão ocorrendo ocupações de terrenos nas cidades como parte da luta para obrigar o Estado a cumprir sua função constitucional e garantir moradia digna ao povo pobre (direito de todos e dever do Estado, conforme nossa Constituição Federal). E terão uma dimensão, também importante, as lutas contra as remoções de comunidades que estão planejadas (algumas já sendo realizadas) para favorecer as grandes obras da Copa e das Olimpíadas (e, obviamente, os interesses das empreiteiras e da especulação imobiliária). Importante ressaltar mobilizações contra a opressão e a discriminação, que também avançam, seja da parte dos quilombolas que vão à luta (veja situação no Maranhão), seja na luta contra a homofobia e o machismo.

No campo, os assassinatos ocorridos no norte do país recentemente estão aí a demonstrar que a total inoperância do governo na realização da reforma agrária vai seguir cobrando seu preço. Muitas vezes com vidas humanas. A juventude começa de novo a levantar-se. Às vezes na luta contra os preços abusivos do transporte, às vezes por melhor qualidade do ensino nas universidades públicas, ou contra o aumento das mensalidades nas universidades privadas. De acordo com organizações do setor, o segundo semestre promete muita mobilização.

Trata-se de um processo de mobilizações ainda fragmentado, mas que avança, apesar do bloqueio oferecido por algumas centrais sindicais mais afinadas com o governo do que com a base que deveria representar. As reivindicações que embalam esse processo são essencialmente econômicas, não batem necessariamente contra o governo. Mas se segue e se desenvolve, necessariamente vai colocar em xeque a política econômica do governo. Esta política tem se caracterizado pelos cortes de gastos no financiamento das políticas sociais para aumentar o repasse de recursos públicos para o grande capital, seja através do pagamento da dívida pública (que deve atingir este ano o montante recorde de cerca de 40% do Orçamento da União, de acordo com dados da Auditoria Cidadã da Dívida Pública), seja através de incentivos ou isenções fiscais a setores do empresariado.

Agora, com o ressurgimento da inflação, as políticas desenvolvidas pelo governo Dilma atuam para aumentar ainda mais o arrocho dos salários dos trabalhadores, como se estivesse aí o motivo do crescimento inflacionário. Ou seja, a mensagem é clara: há sim, crescimento da economia brasileira, mas não é para todos, é apenas para aumentar os lucros dos bancos e das grandes empresas. Em que momento os trabalhadores vão entender isso, teremos de esperar para ver. Mas a iminência das campanhas salariais de batalhões pesados da classe trabalhadora brasileira, como os metalúrgicos de São Paulo e Minas Gerais, os bancários de todo o país, petroleiros, categorias nacionais como Correios, entre outras, vão, sem dúvida, aguçar essas contradições.

Somemos a isso tudo outro componente da realidade política do país que ainda se apresenta de forma muito difusa: um certo descontentamento que vem tomando conta das pessoas de forma geral. Descontentamento que tem múltiplas razões, não surge necessariamente contra o governo (pelo contrário, as últimas pesquisas mostram apoio grande ao governo Dilma). As vezes, é contra a situação do transporte, da saúde, dos hospitais e da educação pública. O que, senão esse descontentamento latente com a situação da educação pública, pode explicar a repercussão da fala da professora Amanda Gurgel, em audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte? Descontentamento com o salário baixo, com a precarização do trabalho, a falta de segurança, o ritmo e as péssimas condições de trabalho, com o aumento dos preços dos alimentos...

Nada disso se volta automaticamente contra o governo. Mas, se alguma coisa levar à identificação dos motivos do descontentamento de cada um, com as ações do governo federal, poderemos ter uma mudança no quadro político. Lembremos que o governo Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, navegava em apoio popular recorde, depois das operações policiais nos morros e comunidades do Rio. Hoje, enfrenta repúdio generalizado da população devido à sua política em relação aos bombeiros. O que aconteceu foi que a mobilização dos bombeiros catalisou o descontentamento das pessoas contra coisas que afligem sua vida, e acabou canalizando esse descontentamento contra o governo Cabral (com justiça, aliás, pois o governo do estado tem responsabilidade pelo caos da saúde no estado, pela situação do transporte, por não ter sido construída, ainda, nenhuma casa para os desabrigados da região serrana do Rio, e um longo etc). Não há dúvida de que um dos elementos que criaram as condições para a forte greve dos professores do estado do Rio que começou na quarta-feira, 8, foi a solidariedade aos bombeiros.

A conclusão é que há melhores condições neste momento para se combater as políticas econômicas do governo. Para impedir as privatizações dos aeroportos, a continuidade da entrega do petróleo do nosso país para empresas privadas e estrangeiras (está marcado novo leilão de reservas para setembro), para impedir o corte dos gastos em políticas sociais, para lutar contra o arrocho salarial, contra a eliminação de direitos trabalhistas e previdenciários, para defender a valorização dos serviços e servidores públicos, para lutar pela aplicação imediata do piso nacional dos professores com 1/3 da jornada em extra-classe (sem abrir mão da reivindicação histórica que é o salário mínimo do DIEESE), moradia digna, saúde, entre outras demandas.

O desafio é buscar a superação da fragmentação que caracteriza os processos de mobilização em curso. É preciso construir um fio condutor, um sentido comum entre eles, unindo os processos em uma mobilização nacional, com força suficiente para incidir no cenário político e pressionar o governo por mudanças. Isso exige e implica também a necessidade de definirmos uma plataforma, um conjunto de bandeiras que responda às demandas de cada setor e ao mesmo tempo aponte as mudanças necessárias nas políticas ora adotadas no país, para que a vida das pessoas (e não o lucro das empresas) possa melhorar, com o crescimento do país.

Do ponto de vista da classe trabalhadora, essa é a tarefa mais importante no momento. E há esforços neste sentido, partindo de vários setores organizados do movimento sindical e popular do país. Fala-se de jornadas crescentes e unificadas de luta. Se esse esforço obtiver sucesso, o governo Dilma pode acabar ficando com saudades da crise gerada pelo caso Palocci.

* Presidente Nacional do PSTU, é dirigente sindical metalúrgico e integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Luta contra pacote do Tarso na TV! Ou retira o pacote ou paramos o estado!

 

 
 
 
 Ato em Brasília de servidores públicos, profissionais da Educação e diversas categorias reúne mais de 10 mil



CSP-CONLUTAS
 


• Servidores públicos federais, profissionais da Educação e diversas outras categorias, mais uma vez, mostraram a força do movimento. O ato marcado pela unidade reuniu mais de 10 mil pessoas em Brasília, segundo informações dos organizadores. A marcha ocorre no momento que diversas categorias do serviço público se mobilizam por reajuste salarial e melhorias na qualidade de trabalho.

A passeata saiu por volta das 10h30 da Catedral e seguiu em direção ao MPOG (Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão).

A CSP-Conlutas esteve presente com representações de delegações vindas de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Goiás, entre outras regiões.

O ato organizado pelas entidades dos servidores públicos e da educação contou com a participação de sindicatos nacionais, confederações e federações como, Condsef, Fenasps, Assibege, Sinasef, Fenajufe, além dos trabalhadores das Universidades Federais em greve, organizados pela Fasubra. O Andes também esteve presente e exigiu, entre outras reivindicações, 10% do PIB para educação já!

Uma delegação representando 30 entidades de servidores se reuniu com o secretário de Recursos Humanos, Duvanier Paiva, para retomar a discussão sobre as negociações entre governo e servidores públicos federais.

As propostas apresentadas pelas entidades são a retirada da pauta de votação no Congresso do PL (Projeto de Lei) 248, que trata da avaliação de desempenho, o PL 549, que prevê o congelamento salarial dos servidores e o MP 520, que representa a privatização da saúde.

Um manifesto foi entregue em nome de todas as entidades, inclusive da CSP-Conlutas, exigindo um posicionamento sobre a pauta de reivindicações da categoria apresentada em abril e a reabertura de negociações com os trabalhadores da Fasubra em greve.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ato público exigindo a retirada do pacote do Tarso!

Hoje dia 14/06 os educadores do estado, em todos os cantos deram o recado: Ou o Tarso retira o pacote ou Estado vai parar!
Passamos o dia na praça da Matriz em Porto Alegre, onde realizamos uma vigília com ocupação da assembleia legislativa pela manhã e a tarde os núcleos 38, 39, 22 e 14, respectivamente Porto Alegre, Gravataí e São Leopoldo, organizaram uma assembleia com informes sobre o pacote do Tarso e avaliações sobre os rumos de nossa mobilização. A assembleia tirou como indicativo a realização de greve, para a assembleia geral do dia 22, assim que o pacote for a votação.
Os educadores reafirmaram sua disposição de luta e vão organizar uma greve que vai derrotar o pacote do Tarso. 
Vamos garantir nossa previdência pública e não aceitaremos nenhum calote nas RPVs.
Ou Tarso retira o pacote ou a greve dos educadores na praça vai derrotá-lo!!!!!!!!

sábado, 11 de junho de 2011

IMPEACHMENT - DA PREFEITA RITA EM GRAVATAÍ

Agregando valor

A comparação de um aspecto da economia é inevitável, para tentar entender o que esta acontecendo em Gravataí. Na economia um produto se torna mais rentável quanto maior for sua transformação, assim é mais rentável vender o suco do que vender a laranja. O interessante não é vender o produto in natura, mas agregar valor ao produto, ou seja, transformando a laranja em um produto mais industrializado ou processado porque assim o produto terá um valor maior e em decorrência será maior a vantagem adquirida.

Em Gravataí acompanharemos um processo de impeachment, contra a prefeita Rita Sanco PT, as acusações vão desde prevaricação, passando por renegociações mal feitas até o fechamento de uma escola municipal. A votação na câmara foi de 10X4, só votou a favor do governo quatro vereadores do PT, apesar do partido ter cinco vereadores na casa.

Antes de começar a sessão, que votou a abertura do processo, os vereadores dos partidos, que dão sustentação aos governos do PT no estado e no país, foram procurados para votar com o governo municipal, já que estão em secretarias no governo Tarso e nos ministérios da Dilma, ou seja, o PP, PTB, PSB e o PMDB, também como vice da Dilma, integram governos petistas. Isso não significa que por isso, podem fechar os olhos para as irregularidades, até porque uma, das duas funções do vereador, é fiscalizar o executivo.

Assim a comparação com a economia se faz necessária. Existe de fato interesse em investigar o que quer que seja? Ou está em jogo mais uma manobra dos partidos, buscando valorizar e aumentar sua participação nos governos que já integram, tirando vantagem da situação?

Não defendo o governo Rita, não faço coro com seus apoiadores, no entanto se faz necessário entender o que acontece a luz da realidade das atuais composições políticas, pois apesar das disputas municipais, do ano que vem, existe um movimento consciente em buscar ampliar a participação de determinados partidos no governo Tarso ou Dilma, porque seria um escândalo aceitar secretarias no governo da Rita.


Portanto a população é que têm que decidir sobre os rumos da política de Gravataí, os vereadores estão só buscando agregar valor as suas agremiações, a votação que iniciou o processo não irá se repetir. Os próximos dias serão reveladores, começou a cotação dos produtos, hoje ainda está em baixa, mas como bons negociantes a hora é esperar o melhor momento para vender o produto.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mais um fenômeno intrínseco ao capitalismo: o bullying

Ganha força nas escolas campanhas contra o bullying, no entanto, para a compreensão sobre mais este problema, que vivemos nas escolas, temos que entender sua origem, ou seja, conhecer sua gênese é fundamental para apontar políticas. E a primeira constatação é identificar que as escolas reproduzem a ideologia dominante, reproduzem a lógica que se constrói nas relações de produção capitalista. Portanto temos partir da percepção sobre a dinâmica da sociedade em que vivemos, pois esse fenômeno é uma forma de opressão, uma constante, na atual sociedade que busca o lucro e que estimula a competição, que vive da exploração e que alimenta o individualismo.

Vivemos em uma sociedade que se baseia na busca do lucro, o resultado é um processo econômico que precisa criar necessidades para dar conta do excesso produzido, gerando lucros cada vez maiores. Para manter a lucratividade em alta é necessário produzir mercadorias descartáveis, isto é, limitar a quantidade de tempo que este produto vai ser necessário. Esses dois fatores mantêm os lucros gigantescos, na medida em que se cria uma ideologia em que os indivíduos precisam aproximar-se cada vez mais de um padrão social para ser “aceito”.

No entanto, o lucro não reside no resultado, do que se acumulou, com as vendas dos produtos, mas sim no trabalho humano, que produziu determinada mercadoria e que não foi recompensado, o que Marx identificou como mais-valia. É na apropriação da mais-valia por parte dos donos dos meios de produção, que reside o lucro. É o trabalho humano que produz a riqueza e não a venda das mercadorias.

Agora, esta apropriação indevida se mantém através do estímulo a competição, pois a cooperação entre as pessoas vai tencionar esta lógica de apropriação indevida de riqueza, portanto quanto mais competitiva for à sociedade maior será a divisão entre os trabalhadores, contribuindo para a continuidade da exploração.

O bullying, o racismo, a homofobia, o machismo, entre outros fenômenos, são características desta sociedade que se mantém através da opressão de um grupo sobre outro. Em nossa sociedade os setores sociais ricos e ou dominantes são poucos em relação à grande maioria da população trabalhadora, a pirâmide social tem no topo poucos setores, que se mantém porque criam estas falsas ideologias que dividem os trabalhadores e o povo pobre.

A sociedade capitalista criou-se dentro de uma estrutura vertical, onde há os que têm e os que não têm.  Então, os que têm passaram a ser os bons, aqueles que sabem, e a escola reproduz as relações de um sistema social vertical, que não condiz com a conscientização para superação do próprio sistema, se tornando terreno fértil para ideologias e fenômenos nocivos aos trabalhadores e seus filhos.

Portanto, um dos caminhos ao combate para mais esta opressão, o bullying, passa pela construção de um ambiente escolar que não se paute pela competição, onde a cooperação seja estimulada, onde os saberes não sejam só transferidos do alto para baixo e sim construídos em um processo de aprendizagem que envolva todos os segmentos da escola e onde a luta pela estrutura escolar e a valorização dos profissionais seja comum a tod@s. E que a indignação não seja sufocada com a "paz" dos dominantes.