sexta-feira, 27 de maio de 2011

Assembleia no Adelaide_ Gravataí construindo a ANEL

Nesta sexta-feira os estudantes do Adelaide-Poli, realizaram uma assembleia para decidir os delegados para o congresso da ANEL. Os estudantes de Gravataí estão construindo sua participação na reorganização do movimento estudantil. 


É o Poli na construção de uma alternativa estundantil para as lutas necessárias e justas!
Tenho muito orgulho de poder trabalhar com estes estudantes! Os melhores!!!!!!!!!!!!

domingo, 22 de maio de 2011

A LONGEVIDADE É UMA CONQUISTA DA HUMANIDADE!

Os avanços das técnicas e de novas descobertas não têm limites, a humanidade está em constante processo de inovações técnicas e científicas. Um dos resultados disso é a longevidade, estamos vivendo mais, ou seja, estamos construindo novas situações que estão permitindo o prolongamento da vida.

Mas não é só a expectativa de vida que aumenta. Dados concretos, oficiais, que também podemos constatar no resultado dos PIB’s de diversos países, dão conta de que nunca se produziu tanta riqueza no mundo, conseqüência também de novas técnicas, fontes de energia e por óbvio o trabalho humano.

Assim temos uma combinação: o trabalho humano tem produzido muita riqueza e permitido o prolongamento da expectativa de vida. No entanto existe uma espécie de construção ideológica, uma política deliberada de transformar essa conquista humana em algo ruim. Viver mais é a tendência que vai ser ampliada constantemente, as próximas gerações viverão cada vez mais.

A construção ideológica de transformar a longevidade em algo ruim só tem um objetivo: apontar mudanças nas regras previdenciárias. Estamos vendo isso no mundo, na França Sarkozy aumentou para 62 anos a idade mínima para alguém se aposentar. Aqui no país com a Dilma não é diferente, avança a passos largos a discussão sobre a mudança na previdência dos trabalhadores. No estado, a iniciativa do governo Tarso, vai ao mesmo sentido de punir quem está vivendo mais.

O governo atual quer aumentar a alíquota previdenciária dos atuais 11% sobre o salário para 16,5%. Além de criar um fundo para os futuros servidores que saberão quanto vão pagar, mas não saberão quanto vão receber, se é que irão receber, pois o fundo será aplicado no mercado financeiro, na bolsa de valores, e dependerão do rendimento e de sorte, pois é um investimento de risco, ou seja, podem não receber nada depois de quarenta anos de aplicação.

A solução inicial, para resolvermos coletivamente essa equação, de mantermos nossos salários na aposentadoria, passa por uma conclusão óbvia, mas delicada e impensável para o sistema capitalista: a divisão da riqueza que é produzida pelo trabalho humano.

O sistema capitalista concentra a riqueza produzida pelos trabalhadores, precisamos inverter esta ordem e construir outro sistema em que a lucratividade do trabalho humano seja repartida de forma mais linear, horizontal, pois os frutos do trabalho concentram-se nas mãos de poucos, na relação atual de produção.

Aqui está à solução para a humanidade: dividir melhor a riqueza produzida, desconcentrar a renda, não é possível pensar um mundo melhor para a humanidade, dentro do atual sistema concentrador e excludente, que vive da exploração do trabalho alheio.

Mas, por enquanto, nos resta acompanhar muito de perto estas contas apresentadas pelos governos, que se utilizam dos recursos da previdência para outros fins e não depositam sua parte, como manda a lei, sem contar os desvios dos recursos.
Viva a longevidade e não as reformas na previdência. 

quinta-feira, 19 de maio de 2011


Amanda Gurgel: “É necessário transformar nossa angústia em ação” 

Em entrevista ao Portal, a professora e militante do PSTU, Amanda Gurgel, que calou deputados no Rio Grande do Norte em discurso durante audiência pública, falou sobre a repercussão nacional de seu vídeo e o cenário caótico da educação no estado e no Brasil.



JOÃO PAULO DA SILVA
de Natal (RN), também escreve o blog ascronicasdojoao.blogspot.com
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  A professora e ativista Amanda Gurgel

• Portal O vídeo em que você denuncia a situação precária da educação pública já superou as 100 mil visualizações no YouTube e chegou à lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter. Como você vê toda essa repercussão? 
Amanda Gurgel Em primeiro lugar, é importante falar sobre a minha surpresa diante de tamanha repercussão daquelas palavras que não são só minhas, mas de toda uma categoria, não só aqui no Rio Grande do Norte, mas em todo o Brasil, como se comprova nos diversos comentários postados sobre o vídeo. Também não imaginei que as pessoas que não vivem o nosso cotidiano não conhecessem à rotina de um professor e do funcionamento de uma escola pública. Então, diante de informações tão reais, acredito que a repercussão do vídeo se deve ao fato de minha fala ter sido dirigida à Secretária de Educação, Betânia Ramalho, à promotora da educação e aos deputados, figuras que ocupam postos elevados na sociedade, a quem as pessoas geralmente não costumam se reportar, tanto por não terem oportunidade quanto por se sentirem coagidas, ou por se sentirem inferiores. Enfim, talvez pela combinação desses dois fatores: tanto pela expressão de um sentimento contido, comum a todos nós, quanto pela atitude diante de deputados.

Portal O vídeo foi gravado durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Qual era a razão da audiência? Qual o objetivo daquele debate? 
Amanda Gurgel Era uma audiência pública com o tema “O cenário da educação no RN”. O objetivo era debater as questões da educação no estado, apontando alternativas para os seus problemas. A princípio, não se pretendia discutir a greve dos professores e funcionários, mas diante da nossa presença essa intenção foi rechaçada.

Portal – Como você avalia a situação da educação pública hoje no Rio Grande do Norte e no Brasil?
Amanda Gurgel Não existe uma palavra que melhor defina a educação aqui no estado e no Brasil do que caos. Um caos generalizado que começa na nossa formação e vai desde a estrutura precária das escolas, passando pelo caráter burocrático que ganharam as funções de coordenação pedagógica e direção, a superlotação das salas de aula, a demanda não suprida de professores chegando, finalmente, à remuneração do trabalhador que constitui a representação material do valor que é dado a nossa profissão. Mas, obviamente, todo esse caos não acontece por acaso. Há uma clara intenção da burguesia em manter a classe trabalhadora excluída dos processos que propiciem o desenvolvimento intelectual. Com isso, ela alcança dois objetivos: garante que os trabalhadores não atinjam altos níveis de cultura e pensamento crítico, conseguindo, no máximo, serem alfabetizados e aprenderem um ofício; dividir a classe trabalhadora, colocando-a em lados aparentemente opostos, como é o caso, muitas vezes, da relação entre professores e alunos ou as suas mães e os seus pais. É comum as pessoas acreditarem que greves prejudicam os alunos, quando é justamente o contrário: somente nas greves temos a oportunidade de abrir para a sociedade, os problemas que nós nos acostumamos a administrar no nosso cotidiano e que nos impedem de realizar o nosso trabalho. Somente nas greves podemos obter conquistas para a educação, pois, ainda que muitos já tenham sido envolvidos pelo discurso de que há outros mecanismos de luta que não a mobilização das massas, não é possível encontrar um caso em que nossos direitos tenham sido conquistados de outra forma. Os discursos de aparente conciliação servem apenas para mascarar ainda mais o fato de que a educação nunca foi prioridade para nenhum governo. Se não fosse assim, Dilma não teria cortado R$ 3 bilhões da educação nos primeiros dias do seu governo. Então, é necessário, em cada lugar do Brasil, transformar nossa angústia em ação. Não podemos baixar as cabeças atendendo às expectativas da burguesia. Precisamos mostrar a nossa consciência de classe e a nossa capacidade de organização.

Portal – A greve da educação no Rio Grande do Norte já atingiu mais de 90% das escolas, chegando até a 100% em regiões do interior. Na sua opinião, quais são as perspectivas da paralisação?
Amanda Gurgel Já contamos pouco mais de vinte dias de greve e a governadora Rosalba Ciarlini ainda não acenou com nenhuma proposta, tampouco uma que contemplasse as nossas reivindicações. Diante disso, a categoria tem reagido da melhor forma possível: lutando. A cada assembleia, recebemos informes de adesão das cidades do interior. Certamente, Rosalba e Betânia (secretária de educação) preparam alguma retaliação, mas estão enganadas se pensam que estamos para brincadeira. Não retornaremos às escolas sem o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários, a revisão do Plano dos professores, a aplicação da tabela salarial dos servidores e o pagamento de direitos atrasados. A arrecadação do Estado aumentou consideravelmente. Segundo o Dieese, só no primeiro trimestre desse ano, foram R$ 776 milhões de ICMS, o que representa R$ 110 milhões a mais do que no mesmo período do ano anterior. Além disso, de janeiro a abril, o Estado recebeu R$ 214 milhões de FUNDEB, cerca de 54 milhões a mais do que no ano anterior. Portanto, o momento não é para choradeira. O momento é para apresentação de propostas e negociação.

Portal – Você é militante do PSTU. Como aconteceu essa aproximação com o partido?
Amanda Gurgel Fui ativista do movimento estudantil e dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do DCE da UFRN. Nessa época, tinha uma relação próxima com o PT, mas ao ingressar na categoria dos trabalhadores em educação, toda a imagem de movimento sindical que eu construíra ao longo da minha vida foi sumariamente desconstruída quando constatei a forma como a direção do PT/PCdoB dirigia a nossa entidade e utilizava a categoria como moeda de troca para benefícios próprios. Na segunda assembléia de que participei, já era oposição convicta. Mas, como havia outras oposições, aos poucos fui me localizando. Participei do congresso de fundação da Conlutas, passei a construir a oposição e algum tempo depois fiz uma reflexão e já não conseguia entender como eu podia ver que militantes tão obstinados dedicassem suas vidas à verdadeira defesa da classe trabalhadora, à defesa da classe a que pertenço, enquanto eu apenas trabalhava, trabalhava e cuidava da minha vida. Entendi que era minha obrigação dividir com eles, meus e minhas camaradas, essa tarefa. Por isso, eu entrei no PSTU. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dia 11/05 DIA NACIONAL DE PARALISAÇÃO!

  
No dia nacional de paralisação, pela implementação do Piso Salarial Nacional para os educadores, o 22° núcleo do CPERS- Gravataí- organizou três atividades.
Pela manhã realizamos um ato público, na frente da 28ª CRE. Concentramos na sede do sindicato e saímos em caminhada, pela principal avenida da cidade, até a coordenadoria. Na atividade estavam presentes professores, funcionários e estudantes de Gravataí, Alvorada, Viamão e Cachoeirinha.
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No turno da tarde realizamos uma plenária na escola José Maurício- Gravataí-, onde discutimos desde o caráter do dia 11 até o novo projeto da saúde do educador que o sindicato está construindo.


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À noite fechamos nossas atividades com outra plenária na escola Kennedy- Cachoeirinha.

O dia 11 tinha como tema central a luta pela implementação do piso, mas também serviu para o debate em torno das questões regionais. Na pauta estava o Plano de Sustentabilidade Financeira, que o governo Tarso enviará a AL. Neste pacote o governador pretende aumentar a alíquota da previdência, que é descontada do funcionalismo, de 11 para 16,5 e também pretende criar a previdência complementar.

Também no pacote de maldades de Tarso um calote nos RPV’s, o governo pretende dificultar o pagamento de sua divida com os trabalhadores da educação.

Já sobre o pagamento do piso nenhuma palavra, portanto Tarso além de não pagar o piso vai cobrar mais e iniciar a privatização da previdência.

Em todas as atividades, estes temas nortearam a discussão, permitindo uma compreensão comum de quanto é nocivo o pacote de Tarso para o funcionalismo público. Abordamos também as estratégias que o governo esta lançando mão para poder aprovar seu pacote de maldades.

O governo provavelmente enviará o projeto para assembleia ainda no mês de maio, portanto nossa mobilização deve estar preparada para defender a previdência pública e os nossos direitos.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Texto escrito às vésperas da contra-reform da previdência do Lula. Tarso segue o mesmo caminho!

Os fundos de pensão e a acumulação capitalista



SARA GRANEMANN E JOSÉ MIGUEL BENDRAO SALDANHA,
ESPECIAL PARA O OPINIÃO SOCIALISTA 
 


• A Previdência Social e as propostas de “contra-reforma” apresentadas pelo Governo Lula não se constituem em propostas originais. Diferenciamos reforma de contra-reforma porque a primeira pode operar de modo progressista ao aumentar e estender direitos de uma dada categoria para a totalidade dos trabalhadores, enquanto a segunda persegue a meta contrária: reduzir direitos pela via da regressão das relações sociais entre capital e trabalho a momentos já superados do desenvolvimento do capitalismo.

As sucessivas propostas de “contra-reforma” da Previdência Social seguem rigorosamente as recomendações do Banco Mundial, sintetizadas no documento “Prevenir a crise do envelhecimento: políticas para proteger as pessoas idosas e promover o crescimento”, de 1994. O documento orientador das contra-reformas garante a abertura de um enorme e razoavelmente novo espaço de acumulação capitalista, ao desarticular os sistemas públicos de Seguridade Social1 em geral, e de Previdência Social em particular, para dar à Previdência Complementar (privada) espaços de crescimento que não poderiam existir, senão pela redução dos valores dos benefícios do sistema público e por solidariedade.

A Previdência Complementar funciona por meio de duas modalidades: a Aberta (os planos oferecidos pelos Bancos e pelas Seguradoras) e a Fechada (planos de uma categoria profissional, de uma empresa ou conjunto de empresas, chamado Fundo de Pensão).

O espaço para o crescimento da previdência complementar se faz pelo rebaixamento do teto dos benefícios da previdência pública.Quanto menor for este teto, e menores os benefícios para a população, maior será o número de trabalhadores que terá de recorrer aos planos de previdência privada, na arriscada tentativa de complementação de suas aposentadorias.

O diagnóstico e a receita do Banco Mundial

O Banco Mundial apresenta as propostas de contra-reforma e seu diagnóstico sobre a inviabilidade de sistemas previdenciários públicos, universais e por repartição, a partir de três pontos:

1) “Um grave problema demográfico” 
O Banco vê com “muita preocupação” a queda da taxa de natalidade e o crescimento da população idosa – acima de 60 anos – no mundo. Sua previsão toma o ano de 2030 como o ano da “catástrofe”: o mundo terá cerca de 1 bilhão e 400 milhões de idosos. Para ele, os recursos dos assalariados devem subvencionar as necessidades dos idosos e como o número de assalariados é cada vez menor, a alternativa sugerida é o corte de direitos.
Problemas no argumento do Banco Mundial: A longevidade humana não pode ser compreendida como um problema. Poder viver mais do que há alguns séculos atrás é uma conquista. Ademais, a produção de riquezas jamais foi tão intensa e monumental como o é em nossa época. A proteção previdenciária só está em questão porque a lucratividade do capital, produzida pelos trabalhadores, não é dividida entre os próprios trabalhadores.

2) Falência de numerosos sistemas públicos de aposentadorias
O documento do Banco toma como exemplo para constatar a inviabilidade dos sistemas públicos as falências dos sistemas da Zâmbia e Venezuela. 
Problemas no argumento do Banco Mundial: O Banco deveria indicar aos seus leitores as contribuições dadas por ele mesmo para que as economias destes países desenvolvessem os graves problemas que apresentam. De igual modo, poderia mencionar países como o Chile e Argentina que, ao seguirem sua receita e realizarem as contra-reformas nos sistemas de pensão, tiveram como resultado graves crises econômicas e sociais. Não deveria omitir também a catástrofe do sistema de aposentadorias por capitalização. 

3) Os regimes públicos “favorecem os ricos em detrimento dos pobres”
O Banco diz que existem distorções no pagamento dos benefícios previdenciários porque os trabalhadores mais pobres sustentam as aposentadorias dos “trabalhadores mais ricos” na previdência pública. 
Problemas no argumento do Banco Mundial: Por quê, diante dessa tal situação de injustiça, o Banco não propõe em seus documentos a elevação dos pisos mínimos de benefícios previdenciários? A saída para a justiça social nunca poderá ser a de reduzir a aposentadoria de todos os trabalhadores ao piso mínimo e a um teto absolutamente rebaixado como é o caso dos valores em vigência no Regime Geral da Previdência Social. Ao conjunto dos trabalhadores, somente pode interessar uma reforma na qual os direitos conquistados por algumas categorias – como a dos servidores públicos – sejam estendidos para todos os trabalhadores do país. Com a contra-reforma, o que se busca não é a resolução de uma injustiça, mas opor trabalhadores da iniciativa privada aos trabalhadores do serviço público para mais uma vez cassar direitos e impedir a unidade de todos na luta contra o capitalismo. 
Tais propostas têm dois objetivos: 1) estender a situação de injustiça previdenciária para todos os trabalhadores e taxar os do serviço público (ativos, aposentados e pensionistas) de ‘privilegiados’para os distanciar dos demais 2) Ao fomentar este clima contra os trabalhadores do serviço público, apresenta-se a “solução” para os problemas previdenciários: a Previdência Complementar.
O segredo dos ataques à Previdência Social e aos servidores públicos, revela-se na necessidade do modo capitalista de produção de encontrar novos montantes de capital para o financiamento de sua acumulação em mais um de seus momentos de crise.

A privatização via Fundos de Pensão

A privatização da Previdência reveste-se de conteúdo e interesse diferenciados das demais privatizações. Os recursos previdenciários mobilizados pelos fundos de pensão se formam com surpreendente rapidez e são contínua e crescentemente renovados. 

Com a privatização da Previdência estima-se que o mercado financeiro se apropriará de cerca de R$ 670 bilhões até 2.010.

O regime de capitalização é uma poupança individual, cuja aplicação do dinheiro é controlada pelo sistema financeiro, através de corretoras ligadas aos bancos que operam no mercado de capitais. Ela é praticamente toda investida no mercado de ações (Bolsa de Valores) ou em títulos do governo. Esta, por exemplo, é a situação atual da PREVI (Fundo de Pensão do Banco do Brasil) que tem 58% de seus ativos investido em ações. Em 2002 os Bancos Bilbao Viscaya e Santander controlavam cerca de 60% do mercado de fundos privados na América Latina.

A Previdência Social, Pública e Solidária não tem risco de quebrar. Pois tudo o que é arrecadado é imediatamente distribuído (regime de repartição simples) para as aposentadorias da geração que já trabalhou (solidariedade entre gerações).
Já as aposentadorias contratadas com Fundos de Pensão ficarão sempre ao sabor do que ocorra no mercado financeiro, dominado pela especulação.

No Chile mais de 70% de tais Fundos faliram. Nos EUA e Inglaterra muitos deles estão em quebra e empresas como a Enron nos dão forte exemplo: a previdência dos trabalhadores não deve estar presa aos rodopios das bolsas de valores. Só nos EUA 470 mil trabalhadores já perderam suas aposentadorias.

Fundos operam a serviço da exploração

Mas além de operarem prioritariamente como capitais especulativos, os fundos de pensão aprofundam dramaticamente a alienação do trabalho quando querem os sindicatos (e os sindicalistas) empenhados na gestão deste negócio capitalista.
Ao contrário de “gerar empregos” e “crescimento econômico”, estes Fundos operam no sentido da superexploração do trabalho. Sua rentabilidade está ligada à valorização das ações e, portanto, à maior lucratividade das empresas. Por isso, os Fundos que ajudaram nas privatizações e tornaram-se sócios de empresas como a Embraer, Usiminas, Vale do Rio Doce e outras apoiaram o arrocho salarial e as demissões ali ocorridas, como fez a Previ na Embraer. Eles querem também que seus segurados trabalhem mais tempo e ganhem menos quando se aposentarem. Por isso buscam trocar o regime de benefício definido pelo de contribuição definida, um sistema no qual o trabalhador não sabe com quanto vai se aposentar e vai depender das condições de mercado na época da aposentadoria.

A possibilidade de os sindicatos instituírem fundos de pensão, já legalmente aprovada no Brasil, indica o enraizamento de idéias capitalistas no seio das organizações dos trabalhadores e entre seus dirigentes.

Para os trabalhadores, a Previdência e as demais políticas sociais integrantes da Seguridade Social não podem ser trocadas por formas de previdência privada e seguros individuais.

Os argumentos para justificar a superexploração do trabalho têm sido alardeados como a salvação da economia brasileira: a formação da poupança interna. Ao denominarmos poupança os capitais formados pelos fundos de pensão, também devemos indicar que ela se prestará às exigências do capital e, sobretudo, às do capital especulativo.

As propostas do governo Lula aprofundam a contra-reforma da Previdência iniciada por FHC. E, numa evidente manobra para tentar diminuir as críticas dos servidores ao seu projeto, o governo propõe que estes fundos de pensão sejam administrados em parceria pelos servidores e pelos governos.

Sara é professora da Escola de Serviço Social da UFRJ e José Miguel é professor da Escola de Engenharia da UFRJ. Ambos são membros dos Grupos de Trabalho em Seguridade Social da Adufrj-SSind e do Andes-SN.


sábado, 7 de maio de 2011

A sustentabilidade financeira e a previdência vão sair do bolso do trabalhador!

Tarso Genro tem atualmente amplo apoio nas categorias organizadas e na população, e sua tentativa de garantir o controle dos movimentos, organizados, se expressa no CDES e no CODIPE, organismos do Estado que buscam única e exclusivamente legitimar as ações do seu governo.

Estratégia idêntica a do governo Lula, aliás, foi do conselhão do Lula que saiu a reforma da previdência, em 2003, que acabou com um direito dos educadores, e na época dizia-se que tal reforma só seria para os novos servidores. Hoje as pedras sabem que aconteceu o contrário disso, educadores que faltavam um mês para aposentar-se tiveram que trabalhar mais cinco ou seis anos, portanto quem afirma que a reforma do Tarso será para uns poucos, corre o risco de morder a língua. Evidente que esta manobra e tergiversação só têm um objetivo: dividir o funcionalismo, tentando, assim, enfraquecer a luta e favorecer o governo na implementação de suas políticas.

A principal meta dos projetos, que Tarso vai enviar para assembleia, depois da legitimação do seu conselhão, é um ajuste financeiro para acabar com um suposto déficit das finanças do estado, particularmente da previdência. Neste sentido o governo elabora um conjunto de ações que buscam retirar do bolso dos trabalhadores a reestruturação das finanças públicas do estado. As principais medidas são: aumento da contribuição dos servidores, instituição da previdência complementar, redução da receita corrente líquida destinada ao pagamento das RPV´S, que na prática quer transformá-los também em “precatórios”, entre outras medidas, além disso, claramente não anuncia o pagamento do piso para os professores.

Sobre a previdência, os valores que hoje deveriam estar à disposição, para garantir o salário dos aposentados, foram para o caixa único do Estado e utilizados para outros fins, outro aspecto sobre esta situação é o fato do governo não deixar em caixa sua parcela para previdência dos servidores, portanto se de fato existe déficit hoje isso não pode ser atribuído aos servidores e sim aos desvios dos governantes.

Tarso assim não dá! Os servidores não podem pagar pelo desvio de verbas da previdência, a saída é o cerco aos grandes sonegadores deste estado, deixar de pagar 18% das receitas para uma divida ilegítima e acabar com as isenções e subsídios aos grandes empresários. Soluções que terão apoio de toda a sociedade trabalhadora deste estado.

domingo, 1 de maio de 2011

Os vereadores entre a lei e a consciência.

No início deste ano, aliás, na primeira sessão da câmara de Gravataí, os vereadores aprovaram, para eles mesmos, um fabuloso aumento salarial. Este aumento, aprovado por unanimidade, estava baseado em lei criada, pelos próprios, em 2008, que vincula os seus salários aos dos deputados estaduais, ou seja, o salário do vereador, de Gravataí, deveria ser a metade do salário do deputado estadual. Como os deputados estaduais elevaram seus salários para vinte mil reais...

Contudo, os vereadores não querem mais levar este aumento, pois ao que tudo indica desistiram do polpudo salário. O estranho é que ninguém sabe, bem, os reais motivos desta desistência, já que existe uma lei, criada pelos próprios vereadores, que ampara o generoso aumento. Assim ou a lei aprovada e sancionada, pela prefeita, de vincular os salários dos vereadores com os dos deputados estaduais, é ilegal ou é imoral, ou as duas coisas. 

Se a lei é ilegal, que é a tese que defendemos, os vereadores estão reprovados em uma de suas funções: que é criar leis. Como podem criar uma lei que não tem o principio constitucional como parâmetro? A referida lei de 2008 fere a constituição, lei maior deste país, que deveria ser observada pelos próprios vereadores e pela prefeita, Rita Sanco, que deveria ter vetado o aumento.

O salário mínimo teve um reajuste de 6%, ou seja, quem produz a riqueza deste país, os trabalhadores, tiveram um índice de reajuste que no mês seguinte a inflação já corroeu, enquanto que os salários dos políticos tiveram reajustes surreais, a própria presidenta teve 122% de aumento e os deputados federais e senadores 62%.

Ou os vereadores reconheceram que sua lei é inconstitucional ou entrou outro componente: que é o peso da consciência, leia-se cobrança dos eleitores. O mandato do vereador deve estar à disposição da comunidade e suas ações têm que partir das demandas sociais, ou seja, elevar seu próprio salário, por exemplo, não é demanda social muito menos prioridade. Aliás, o salário do vereador deveria ser o mesmo que o de um operário especializado, sua realidade de vida tem que refletir o que o conjunto da comunidade enfrenta, diariamente, para sobreviver.

A população precisa ser informada, pelos vereadores, sobre a lei do superaumento. Queremos saber se a lei esta valendo, e se não estiver mais valendo se haverão pedidos de desculpas. Enfim, no mínimo uma declaração que tenha como centro, algumas explicações sobre todo este processo, e os motivos da desistência de aplicar a lei do superaumento.